Cena Política

A ilha do PSB vai ficando menor cada vez que um sacrifício é tratado com abandono

Uma das coisas que mais prejudica a manutenção e sobrevivência de um partido é quando os seus integrantes começam a acreditar que o grupo não vale qualquer sacrifício.

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Igor Maciel

Publicado em 15/02/2023 às 17:59
Análise
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O PSB está tendo dificuldades para ficar coeso em Pernambuco e isso tem explicação.

Uma das coisas que mais prejudica a manutenção e sobrevivência de um partido é quando os seus integrantes começam a acreditar que o grupo não vale qualquer sacrifício.

Um soldado que salta à linha de frente não faria isso sem que houvesse qualquer possibilidade de reconhecimento e/ou acolhimento posterior.

O histórico recente do PSB é de abandono aos que se jogam de peito aberto nas fileiras que encabeçam as batalhas. O abandono a Geraldo Julio (PSB) foi um exemplo, por bastante tempo, embora ele esteja se reaproximando agora. Paulo Câmara é outro abandonado que precisou sair do partido para ser acolhido, e só por Lula.

O caso mais recente é Danilo Cabral (PSB). Candidato ao governo num dos momentos mais difíceis da história do partido, Danilo não foi tratado, até agora, com o respeito que o seu sacrifício merecia dentro da sigla.

O exemplo que isso passa é o de que "cumprir missões não vale a pena".

Que deputado vai querer bancar o ônus decorrente de fazer oposição à governadora recém-eleita, por exemplo, se pode ser abandonado mais à frente, como aconteceu com alguns parlamentares que cumpriram mandados dentro de seus mandatos e nem tiveram ajuda para se reeleger em 2022?

O PSB talvez precise refletir bem numa metáfora: abandonar as margens da “ilha” ao avanço do mar, para salvar o centro, acaba transformando o centro em margem no longo prazo.

E, no fim disso, tudo submerge.

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