O presidente Lula (PT) precisa demitir, assim que voltar à Brasília, o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) e toda a cúpula da Polícia Federal. Precisa fazer também uma reprimenda pública muito dura contra os presidentes da Câmara e do Senado.
Isso porque o petista declarou, ontem (23), durante visita ao Rio de Janeiro, que o plano do PCC para matar Sergio Moro (UB) era, na verdade, uma “armação” do senador.
Lula precisa demitir a cúpula da PF por ter participado dessa tal "armação", mobilizando equipes para prender membros da organização criminosa (que, pelo jeito, seriam inocentes), gastando dinheiro do contribuinte no que o presidente da República diz que foi "armação" do ex-juiz da Lava Jato.
Tem que demitir imediatamente Flávio Dino, porque o ministro declarou, na quarta-feira (22), que já sabia e acompanhava as ameaças ao hoje senador, há pelo menos 45 dias.
Dino não foi pego de surpresa por uma operação feita às escondidas num quartinho da Polícia Federal a sua revelia. Se tudo é uma farsa, como disse Lula, então Dino é cúmplice.
Teria que repreender os chefes do Legislativo também, por terem dado apoio e se solidarizado com Moro. Repreensão pública por serem “lenientes” com um farsante ou, no mínimo, por serem “ingênuos”.
A verdade é que o chefe do Executivo falou uma bobagem absurda num dia, dizendo que só sossegaria quando se vingasse de Moro e, no dia seguinte, a Polícia Federal, comandada pelo seu próprio ministro, divulgou informações sobre planos de sequestro e morte contra o mesmo desafeto lulista.
Ficou muito feio e, ao que parece, criar a narrativa de “farsa da vítima” era muito melhor do que admitir que o palavreado repreensível em forma e conteúdo para qualquer um, na boca de um presidente da República é algo inaceitável.
Uma figura como Lula, aos 77 anos, passando por tudo o que já passou, poderia aprender com os erros, mas não consegue.
O presidente é o mesmo vaidoso impetuoso que ficava tão orgulhoso da mobilização de massas que causava em greves, há mais de 40 anos, que mesmo tendo todas as exigências atendidas pelos “patrões”, preferia ser preso do que mandar que os operários voltassem ao trabalho, para não “desmobilizar a causa”. Porque o objetivo não era melhorar as condições de trabalho, era criar um partido. E assim nasceu o PT.
Agora, ao que parece, o objetivo de Lula não é apurar as responsabilidades dos criminosos que planejavam sequestrar e matar um senador e um promotor público, mas “desmascarar Moro”.
Não se trata de fazer justiça contra os criminosos, mas de não permitir que o inimigo, um senador da República, fique com a imagem fortalecida por ser vítima do crime organizado.
Lula é um grande mobilizador de pessoas para lutas, sempre foi, mas ele continua confundindo o que é luta pessoal e o que é luta coletiva.
Resposta
Sergio Moro respondeu às insinuações de Lula sobre estar fazendo uma “armação” com uma pergunta: “o senhor não tem decência?”
Nomes
A visita do presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, ao presidente nacional, Valdemar Costa Neto, em Brasília, esta semana, marcou o início oficial do planejamento do partido para as eleições de 2024 nas principais cidades de Pernambuco.
A previsão é que o PL tenha candidatos competitivos nos maiores municípios do Brasil e os personagens que foram com Anderson ao gabinete de Valdemar dão uma dica de como será montado esse tabuleiro. Izabel Urquiza (PL), Fernando Rodolfo (PL) e Renato Antunes (PL) estavam à mesa.
A primeira pode ser candidata à prefeita de Olinda, Rodolfo disputaria Caruaru e Renato Antunes o Recife. Por enquanto, foi oficializado apenas que eles assumem os diretórios municipais nessas cidades, mas a tendência é trabalhar com essa formação para o futuro.
Pela aproximação política atual de Anderson e Raquel, há quem acredite até que isso pode influenciar na escolha dos nomes depois. Por enquanto, os nomes estão postos.
Defesa
Renato Antunes, inclusive, voltou de Brasília e veio direto participar do Debate, na Rádio Jornal. Ele, que é deputado estadual, falou sobre política e defendeu o governo Raquel Lyra (PSDB) em várias oportunidades, quando a nova gestão era alvo de críticas de Sileno Guedes (PSB), outro participante do programa.
Comentários