Cena Política

A bronca dos deputados com Lula que também é motivo de discórdia em Pernambuco

Confira a coluna Cena Política desta quinta-feira (1°)

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 31/05/2023 às 20:00
FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
Sem Lula, articulação não funciona - FOTO: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Na relação entre Executivo e Legislativo, há uma reclamação comum entre os deputados estaduais, de Pernambuco, e os federais, sobre o tratamento que recebem dos gestores. Ambos dizem que não ficam sabendo quando vai ter visita oficial em seus redutos eleitorais.

Chegar com o presidente da República ou com a governadora do Estado para ser visto pelos próprios eleitores é importante. Mas numa reunião que parlamentares tiveram com Arthur Lira (PP-AL), esta semana, havia um deputado do próprio PT dizendo que não era convidado para acompanhar a agenda do presidente em seu estado. Lula ia no reduto dele e nem ele ficava sabendo, muito menos era convidado.

Nesse início do governo de Raquel Lyra (PSDB) também houve reclamações do tipo. Em abril, quando fez um giro pelo interior e visitou Agreste e Sertão, alguns deputados reclamaram que não foram convidados para as agendas, voltadas para o abastecimento de água no interior. Os parlamentares estaduais dizem que não são chamados quando há reuniões com prefeitos de suas regiões também.

Essa articulação de agendas é sinal de prestígio para os deputados e denota parceria. Parcerias são vias de mão dupla e o governo também precisa chamar o Legislativo para perto, não apenas esperar.

Vale para Raquel e para Lula, embora seja difícil imaginar que isso vá mudar com facilidade. No caso da tucana, porque o estilo dela se afasta dessa proximidade. No caso de Lula porque ele não parece estar com paciência para o jogo. A impressão é que o presidente está cansado e prefere deixar a articulação para seus ministros da área, cuja incompetência tem saltado aos olhos.

Incompetência

A incompetência dos articuladores do governo, aliás, é tamanha que quando quer ter alguma chance, mesmo sem garantias, o próprio Lula tem que fazer o trabalho deles. Vide a votação das Medidas Provisórias desta , detalhadas nesta edição.

Os ministros Rui Costa (PT) e Padilha (PT), além do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), estão perdidos, completamente perdidos.

Tragam dinheiro

A notícia de que os senadores, liderados por Humberto Costa (PT), estão marcando uma visita a Pernambuco para conversar com Raquel Lyra (PSDB) sobre o metrô do Recife é muito positiva. Maravilhosa. Mas é extremamente importante que eles tragam soluções para as dificuldades do equipamento. E dinheiro.

Porque não é nenhuma novidade para os pernambucanos o sucateamento do metrô e sua falta de perspectiva. Quando uma solução apareceu, ainda no governo Paulo Câmara, foi grande a gritaria, até dentro do próprio PT, com a possibilidade de concessão. Em ano eleitoral, Paulo cedeu à pressão dos sindicalistas e desistiu de tudo.

Como foram contrários à participação da iniciativa privada naquela época, é bom que os parlamentares petistas tragam verbos e verbas para resolver.

Tem que ter dinheiro pra resolver o problema do metrô. O que é difícil de imaginar, porque ao invés de investir no transporte público, o governo Lula tem sinalizado para o incentivo ao uso de mais carros nas ruas, baixando tributos da indústria automotiva e perseguindo uma receita que, se foi inovadora, foi 60 anos atrás.

Além de João

O almoço da última segunda-feira (29), em homenagem ao ex-governador Paulo Câmara, acabou se transformando, para alguns socialistas, numa demonstração de que existe um PSB que vai além do prefeito do Recife João Campos (PSB).

Houve quem, ao final, fizesse questão de comentar esse viés do evento, que reuniu muita gente em um restaurante do Recife. “O PSB não tem um dono, tem um grupo”, afirmou um socialista que participou da celebração do ex-governador, hoje presidente do Banco do Nordeste. João não estava presente.

Priscila

A vice-governadora de Pernambuco Priscila Krause será um dos destaques da inserção partidária do Cidadania que será veiculada nacionalmente no mês de junho.

Esta semana, a pernambucana gravou o programa partidário que também terá a participação do secretário de Turismo e Lazer, Daniel Coelho.

Os dois são cotados para disputar a prefeitura do Recife caso a governadora Raquel Lyra (PSDB) decida investir diretamente no apoio a uma candidatura na capital do estado.

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