Agora oficializado na Sudene, Danilo Cabral (PSB) foi ovacionado pelos colegas socialistas. Muitos fizeram questão de ir às redes sociais para destacar a nomeação feita pelo presidente Lula (PT) e tentaram vender para seus seguidores a ideia de que era uma vitória do partido.
Nos agradecimentos, Danilo deu o tom do clima em que as coisas estão se dando. Mencionou os três nomes mais importantes, além de Lula (PT), para que a nomeação saísse: Humberto Costa, Teresa Leitão e Carlos Veras, todos do PT.
Destaque para a atuação do senador Humberto Costa, porque foi dele a articulação principal.
Em toda a nota de agradecimento escrita por Danilo Cabral é possível contar o número de vezes em que ele cita o próprio partido, o PSB: nenhuma.
Já contamos aqui na coluna o processo que levou Danilo a ser escolhido para a Sudene. Ele, na verdade, chegou a ser vetado por socialistas quando o PT sugeriu indicá-lo para um cargo. Na época, estava em discussão a Codevasf ou a própria Sudene.
A estratégia do PSB, agora, é a mesma utilizada com Paulo Câmara quando ele foi escolhido para o Banco do Nordeste. Na época, o PSB vetou Paulo como indicação e ele acabou sendo nomeado por Lula para o Banco do Nordeste depois de sair do partido. Mesmo assim, os socialistas correram às redes sociais para “comemorar” a indicação de Paulo ao BNB como se fosse uma vitória deles.
Reuniões 1
A visita de Lula a Pernambuco teve muitos anúncios e um café da manhã, já ontem, que reuniu Raquel Lyra (PSDB) e João Campos (PSB). Os dois saíram na mesma hora do hotel em que o presidente estava. Coincidência ou não, pisaram a calçada no mesmo momento, após o desjejum, mas não estavam juntos quando chegaram à rua. A governadora estava conversando com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT). E João conversava com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Cada um com suas demandas. Os ministros faziam parte da comitiva do presidente.
Reuniões 2
Na visita que fez a Pernambuco durante a campanha eleitoral, o café da manhã com Lula já havia provocado uma reunião inesperada. Na época, o então candidato reuniu João Campos e Marília Arraes (SD), primos que estavam brigados e fizeram as pazes no segundo turno. Agora foi João e Raquel.
Presença ausente
Por falar em Marília, quem quiser entender como as narrativas eleitorais se transformam com o passar do tempo e encontram a realidade, basta lembrar um pouco do discurso dela em 2022. Na campanha, a neta de Miguel Arraes era apresentada como a mais lulista das lulistas, enquanto Raquel Lyra era apontada como alguém que não teria aproximação com o petista, caso ele fosse eleito, o que “iria prejudicar Pernambuco”.
Mesmo vaiada em alguns momentos pela militância do PSB e do PT durante os eventos, Raquel esteve ao lado do presidente em quase todos os momentos, públicos e privados. Marília não participou de nenhuma agenda. Que se saiba, não houve qualquer encontro entre Lula e a ex-deputada do Solidariedade.
Prioridades
Vale lembrar que Marília saiu do PT brigada com Humberto Costa, maior líder petista em Pernambuco. E, hoje, Humberto é prioridade nos planos do partido para o governo do Estado em 2026 ou para renovar o mandato no Senado. Não há surpresa em ver o senador tendo mais destaque na visita de Lula, como teve, enquanto Marília nem foi lembrada.
Próximos
A confirmação de que o governo Raquel Lyra vai pegar R$ 900 milhões com o Banco do Brasil para cuidar das rodovias estaduais, feita no meio da visita, durante um dos eventos oficiais, com direito a foto específica da governadora com Lula, é prova de algo que a coluna apontava desde a campanha eleitoral: a proximidade entre a família Lyra e o presidente é maior do que se imagina.
Durante a campanha, principalmente no segundo turno, contamos aqui na época, João Lyra e Lula conversaram bastante por telefone.
Escolas
A Violência no Ambiente Escolar será tema de uma mesa-redonda que será realizada na Alepe, no próximo dia 15 de junho, às 9h.
O encontro nacional foi proposto pelo presidente das comissões de Educação e Cultura da Alepe e de Educação, Ciência e Tecnologia da Unale, deputado Waldemar Borges.
A Profª Drª Telma Pileggi Vinha, doutora em educação e professora da Faculdade de Educação da Unicamp e uma das maiores especialistas do País sobre o tema, é um dos nomes confirmados para debater o tema.