Há um claro interesse eleitoral no anúncio feito pelo prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), de que irá assumir o Festival de Inverno de 2024, realizado há mais de 30 anos pela Fundarpe. No ano que vem tem campanha e o atual prefeito deve tentar a reeleição.
Antes de tomar a decisão ele conversou com o deputado Felipe Carreras (PSB). O parlamentar é conhecido por defender empresários da área de eventos.
Eleição local em jogo
Sivaldo é prefeito desde 2021, foi eleito no meio da pandemia, e quer tentar a reeleição no ano que vem. Por causa da pandemia, ele só teve a oportunidade de vivenciar o evento, como prefeito, em 2022 e agora, em 2023.
No ano passado, com o PSB no poder estadual, tudo acontecia em conjunto entre Sivaldo e o Palácio. Já este ano tudo mudou com a entrada de Raquel Lyra (PSDB).
O líder de Raquel na Assembleia Legislativa é Izaias Regis (PSDB). O deputado tucano é ex-prefeito de Garanhuns, adversário político de Sivaldo e já avisou que disputa a prefeitura em 2024.
Poder e dinheiro
Acontece que a briga para saber quem faz o Festival de Inverno de Garanhuns tem muito mais a ver com dinheiro, capilaridade eleitoral e influência política do que com “amor pela cultura”, como vem sendo divulgado para todos os lados.
Os contratos entre poder público e artistas são sempre muito disputados nesses festivais. Esse poder de atrair investimentos de patrocinadores numa ponta e contratar artistas na outra é algo muito bem vindo num ano eleitoral.
Manda quem pode
O Governo de Pernambuco, dessa vez, agiu rápido. Assim que Sivaldo anunciou que quer fazer o Festival de Inverno por conta própria, o Palácio divulgou as datas do FIG de 2024 como resposta.
Deixou claro que não vai levar a pretensão do prefeito de Garanhuns a sério e se posicionou sem a necessidade de abrir uma guerra de narrativas que poderiam desgastar a relação institucional ainda mais. O FIG será de 18 a 28 de julho.
Quem manda não discute, apenas informa. O governo avisou quem está no comando.
Policiais
Até a manhã da segunda-feira (31) não estava previsto o anúncio de um concurso para a Polícia Militar de Pernambuco no Juntos Pela Segurança. A governadora, no entanto, surpreendeu positivamente ao anunciar que um edital deve ser apresentado nos próximos meses com 2,4 mil vagas para reforçar as tropas.
Pernambuco tem um efetivo de cerca de 16 mil policiais, quando o ideal é algo em torno de 26 mil. Esses 2,4 mil ainda não resolve, mas já é quase 25% do necessário.
Que o processo seja rápido e esses praças estejam na rua o mais rápido possível. Em relação ao efetivo, o estado está enxugando gelo há anos.
Resultados
Muitas e muitas ações podem e devem ser tomadas, o Juntos pela Segurança tem tudo para ser um programa robusto e trazer bons resultados.
Mas sem uma razoável presença policial nas ruas, com estrutura, equipamentos e auxílio à saúde mental (já que muitos têm se afastado por problemas nessa área), é difícil que a população sinta os resultados na sua rotina tão cedo.
No Pacto pela Vida, é bom lembrar, a presença policial aumentou com os plantões extras. Com o efetivo da época teve impacto, hoje já não resolve tanto mais.
Observação importante: tanto o plano para a Educação apresentado há alguns meses, quanto o plano para a Segurança apresentado agora, estão bem fundamentados e, o principal, estão com dinheiro em caixa para serem tocados. Se forem bem geridos, o estado tem chance de avançar.
Causa...
O Sindicato dos Rodoviários amanheceu disposto a brigar até com a Justiça. Pouco antes do julgamento no Tribunal Regional do Trabalho sobre a greve que já durava mais de uma semana tinha gente do grupo declarando que se o resultado não fosse o que eles esperavam, iam continuar o movimento de qualquer jeito.
...e efeito
Aí foram avisados que a decisão jurídica teria que ser acatada de qualquer maneira e que se não voltassem ao trabalho perderiam os dias não trabalhados, a greve seria considerada ilegal, os motoristas poderiam ser demitidos sem punição às empresas e qualquer ação mais radical poderia ocasionar a prisão dos responsáveis.
Resultado: deixaram de lado os 10% de reajuste que chegaram a exigir, aceitaram 4% e voltaram ao trabalho.
João x Teresa
Tem algo chamando a atenção de aliados e adversários políticos de João Campos (PSB). Desde que se começou a ventilar a possibilidade de a senadora Teresa Leitão (PT) ser candidata à prefeitura do Recife, ele tem feito questão de se posicionar em pautas relacionadas à educação e aos professores com mais ênfase.
Há quem acredite que tem a ver com a possível disputa em 2024.
Teresa tem sua base muito sólida entre professores do estado e seu mandato em Brasília é pautado pelo tema.