Cena Política

Uma "ideia genial" do governo Lula para voltar a colocar dinheiro nos sindicatos

Confira a coluna Cena Política desta terça-feira (22)

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Igor Maciel

Publicado em 21/08/2023 às 20:00
Análise
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O Ministério do Trabalho está desenvolvendo uma proposta para ser apresentada ao presidente Lula (PT) com o objetivo de voltar à obrigatoriedade do imposto sindical. Antes da reforma trabalhista de Michel Temer (MDB), todo mundo era obrigado a pagar um dia de trabalho anual para sustentar os sindicatos. Isso acabou.

Agora, a proposta em estudo sobre a mesa do ministro Luiz Marinho (PT) pode fazer com que você pague até três dias por ano de salário.

Ideias geniais

Recentemente, o presidente criticou os ministros que tinham ideias e disse que, com o PAC, ministro dele tinha que executar e “parar de ter ideias”. Marinho garante que Lula está sabendo do estudo sobre a volta do imposto sindical e aprova. Sendo verdade, é um retrocesso imenso.

Cofres

O problema dos sindicatos é que eles mais servem de plataforma política do que para representar os trabalhadores. Antes da reforma trabalhista, os sindicatos faturaram cerca de R$ 4 bilhões. Depois, passaram a ganhar cerca de R$ 600 milhões.

Naquela época, sindicatos com muito dinheiro e com muitos associados eram mais donos de alguns políticos do que são hoje.

Agora, quase metade dos trabalhadores brasileiros fugiram para o PJ ou são informais. Estes os sindicatos não podem capturar outra vez. Então eles querem, pelo menos, encher os cofres.

Até isso

Uma observação ainda sobre a patetice rocambolesca envolvendo as joias e os bolsonaristas. Quando a Polícia Federal apreendeu dois dos quatro celulares em posse do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, os aparelhos estavam dentro do carro do alvo.

O veículo estava estacionado em uma vaga para deficientes (ele não se enquadra) e não possuía placas.

Mudam os valores

O problema da corrupção no poder é cultural, vai do sujeito que fura fila e estaciona em local irregular até o que rouba milhões de órgãos públicos, passando pela venda de presentes num tipo de serviço de muamba em avião oficial.

Em 2022, quando se falava que as duas opções principais eram ruins, apanhava-se de todos os lados.

Para o sonhador, a esperança é a última que morre, mas morre. Para o iludido, a decepção é a última que chega, mas chega.

São 10 pontos

A pesquisa de confiança nas instituições, divulgada esta semana pela Quaest, mostrou uma queda bastante expressiva nos números das Forças Armadas. De dezembro para cá, a confiança nos militares, que chegou a 43%, foi para 33%.

Sem golpe

Chamou muita atenção a queda entre os bolsonaristas. Os que confiavam nas Forças Armadas eram 61%. Esse percentual caiu para 40%. Os que confiam pouco eram 31% e agora são 38%. E os que não confiam nos militares, entre os que votaram em Bolsonaro em 2022, eram 7% e agora são 20%.

Representação

Outro aspecto da pesquisa é importante para entender o xadrez político. Só 4% da população confia nos partidos políticos. O índice não se altera há quase um ano. Se a população não confia nos partidos políticos, significa que não se sente representada por ela.

E se os partidos políticos não conseguirem representar a população perdem sua razão de existir como suporte à liberdade de pensamento político.

Ameaça

A natureza do partido político é representar faixas de pensamento ideológico da população brasileira. Temos mais de 30 siglas em nosso sistema político que não conseguem representar quase ninguém.

Isso deveria ser tratado pelas instituições como ameaça à democracia, mas não é.

Raquel na programação

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), foi confirmada entre os participantes da LIDE Brazil Development Forum, que acontece em Washington, nos EUA, no dia 1º de setembro.

Raquel será uma das expositoras, ao lado de outros gestores brasileiros e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Participam também Ilan Goldfajn, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Carlos Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial e Makhtar Diop, diretor-geral do IFC (International Finance Corporation).

Goiás no Recife

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), está no Recife. Ele é o principal convidado do almoço-debate promovido pelo LIDE-Pernambuco. O evento terá mais de 150 lideranças empresariais pernambucanas. O objetivo é discutir como ficará o Brasil no pós reforma tributária.

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