Crise no União Brasil cresceu, espalhou-se em vários estados e ameaça presidência de Bivar
Confira a coluna Cena Política desta sexta-feira (25)
O deputado federal pernambucano Luciano Bivar está ameaçado na presidência nacional do União Brasil. Os outros membros do partido não estão nada felizes com ele e há uma articulação para tirá-lo do comando.
Detalhes dessa briga foram contados pelo jornal O Globo e a coluna apurou que a crise é séria. Ao longo dos últimos meses, Bivar conseguiu atrair as críticas de grande parte do grupo que forma a Executiva Nacional.
Recentemente, houve brigas dele com integrantes do próprio partido no Amazonas, no Mato Grosso do Sul, no Maranhão, Rio de Janeiro, Pernambuco e no Acre.
Acordo
Bivar era presidente do PSL, mas atuava sempre como dono da sigla, dentro dessas peculiaridades estapafúrdias que existem na cultura partidária brasileira.
Quando aconteceu a fusão com o DEM, presidido nacionalmente à época por ACM Neto, o acordo foi para que Bivar fosse presidente, enquanto ACM cuidaria da parte administrativa como secretário-geral.
Bronca
O problema, dizem colegas de partido, é que Bivar não consegue ser democrático, manobra para interferir nos estados e não consulta ninguém. “Ele acha que está no PSL”, reclamam. Na eleição de 2022, por exemplo, Bivar teria criado confusão em vários estados, tentando ajudar seus próprios aliados do ex-PSL e atrapalhando candidatos do antigo DEM, até atrasando verbas de campanha.
Episódios
Nacionalmente, Bivar acertou com Sergio Moro (UB) que ele seria candidato a presidente e só consultou a Executiva Nacional depois que o ex-juiz já estava filiado. Foi desautorizado e Moro ficou perdido, tendo que se candidatar a senador depois.
No meio da campanha presidencial, brigou com a candidata da sigla, Soraya Thronicke, e cortou o dinheiro da campanha dela, ela se desfiliou.
Em 2022, como piada de bastidor, o partido passou a ser chamado de “Desunião Brasil”.
Escalou
O que se comenta é que o conflito, agora, “escalou”. Bivar brigou feio com ACM Neto, numa reunião recente, a discussão entre os dois teve direito à adjetivos impublicáveis aqui proferidos pelo deputado pernambucano contra ACM.
A consequência disso é que agora existe a possibilidade grande de que a convenção marcada para maio de 2024 seja antecipada com o objetivo de destituir o atual presidente.
Ainda sobre o PSD
Há cerca de dois meses, um interlocutor do Palácio do Campo das Princesas comentava com a coluna sobre a dificuldade que Raquel Lyra (PSDB) apresentava para fazer articulação política e formar uma base na Assembleia Legislativa.
A comparação era com João Campos (PSB): “João recebeu a prefeitura de um aliado e agora já está com tempo para fazer política. Raquel pegou tudo de cabeça pra baixo e tá arrumando. Ela não começou a fazer política ainda”.
Hoje há uma base mais confiável na Alepe e um trabalho para fortalecer o próprio grupo já visando 2024, tendo o PSD como exemplo.
Silêncio
Por falar em PSD, a coluna conversou com o presidente municipal da sigla, José Neves Filho, sobre as informações publicadas aqui na quinta-feira (24), relatando o percurso que Raquel fez junto a Kassab e André de Paula até fecharem uma aliança local.
Neves foi precavido, não detalhou nada, e explicou que só dará qualquer declaração depois que tiver uma conversa com o prefeito João Campos sobre a relação do partido com a prefeitura.
A conversa pode acontecer ainda esta semana.
Língua do povo
No evento dos tucanos em Brasília, a deputada estadual Débora Almeida (PSDB), que já foi prefeita de São Bento do Una, cobrou do partido uma aproximação com o povo, através das prefeituras e já na eleição de 2024.
O apelo para que o PSDB "fale a língua do povo" foi feito no palco, ao saudar o presidente nacional do partido, Eduardo Leite (PSDB).
Não pareceu estar sozinha na observação, porque foi muito aplaudida pelos presentes.