A nova briga de Túlio para ser candidato e o grupo que tenta "mudar o mundo" desde 1964
Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (13)
O deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) não tem vida fácil sempre que tenta ser candidato à prefeitura do Recife. Em 2020, quando estava no PDT, animou-se para a disputa e chegou a ser colocado na presidência municipal do partido.
Não percebeu, ou fingiu que não percebeu, que sua candidatura estava sendo usada pelo presidente nacional, Carlos Lupi (PDT), como moeda de troca numa negociação entre PDT e PSB.
PSB
Os pedetistas acabaram apoiando João Campos (PSB), colocaram Isabella de Roldão como vice do socialista e estão na gestão até hoje. Túlio convocou coletivas de imprensa, juntou seus aliados mais próximos, reclamou, indignou-se e retaliou apoiando Marília Arraes (na época pelo PT) que terminou derrotada.
Rede
Na janela partidária, revoltado com o PDT, saiu para a Rede alegando falta de democracia interna, algo que esperava encontrar no partido de Marina Silva (Rede). Túlio foi reeleito, com boa votação, atrapalhou a vida do PDT, que não conseguiu eleger ninguém para a Câmara Federal em Pernambuco, decidiu ser candidato a prefeito outra vez no Recife.
E, outra vez, transformou-se em polêmica.
Majoritários
A Rede teve um péssimo resultado eleitoral nos últimos anos e, para sobreviver, precisou entrar numa federação com o PSOL. A necessidade é quem dita o poder e a Rede acabou em desvantagem nessa união. Os psolistas têm 70% dos votos na direção nacional da federação.
E a ordem por enquanto é que, no Recife, Dani Portela (PSOL) seja a candidata, não Túlio.
Tem base
Há uma explicação para isso, segundo o PSOL. É que o partido tem uma deputada estadual (Dani) que já havia sido a vereadora mais votada do Recife em 2020 antes de ir para a Alepe em 2022. E tem mais dois vereadores na capital. A Rede não tem ninguém.
Túlio tem circulado muito ao lado da governadora Raquel Lyra (PSDB), e isso também incomoda o PSOL.
Dani Portela é a líder da oposição na Alepe.
Isolamento à vista
Mesmo que consiga ser candidato, a tendência é que o deputado fique tão isolado ao ponto de se tornar inviável sua candidatura. Danilo Cabral (PSB) passou por isso em 2022. Candidato pelo PSB, tinha formalmente o apoio do PT, mas a militância e muitas lideranças que não concordavam com o nome dele deram as costas. O resultado do isolamento interno foi um quarto lugar.
Se insistir, Túlio deve passar por coisa parecida.
De visita
Lula está visitando o Brasil por alguns dias e vai aproveitar para dar posse aos novos ministros nesta quarta-feira (13). Na sexta-feira (15) já viaja de novo. Dessa vez vai à Cuba para um encontro internacional do “G77 + China”.
O presidente brasileiro tem viajado tanto que já dá pra dizer que ele é visitante quando está por aqui.
G77 + China?
Para você que se perguntou o que danado é “G77 + China”, não estranhe, mas é algo criado na guerra fria.
Trata-se de um grupo, originalmente com 77 países, do chamado “Sul Global”, criado em 1964 no contexto da disputa entre os EUA e a URSS.
A ideia era aumentar o poder de influência dos países que não estavam diretamente envolvidos na Guerra Fria. O encontro do grupo, em Havana, vai ter também a China, que está de olho no protagonismo e na liderança dessa nova ordem mundial.
O G77, hoje, tem 134 países.