Os mandatos para ministros do Supremo e a pesquisa sobre a eleição no Recife
Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (04)
Se for indicado ao STF, o advogado-geral da União, Jorge Messias, nome de preferência no PT, passará os próximos 32 anos como ministro da corte. Ele tem 43 anos de idade e os ministros do STF só se aposentam com 75.
Comparando I
Um presidente da República precisaria ser eleito com a maior parte dos votos válidos em oito eleições diferentes para passar esse tempo recebendo dinheiro do contribuinte, com o mesmo nível de poder. Qualquer deputado teria que se candidatar oito vezes e, se for um senador, seria necessário figurar em quatro eleições majoritárias, vencendo todas.
Comparando II
Mesmo o mais velho da lista de favoritos que circula hoje pela mesa de Lula (PT), o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB), que tem 55 anos, passaria os próximos 20 anos com uma cadeira no STF, o equivalente a cinco mandatos de um presidente.
Currículo
Acrescente ao caldo das indicações ao Supremo Tribunal Federal a desfaçatez explícita com a qual os presidentes ignoram os critérios básicos para essas indicações, como o tal “notório saber jurídico”. O currículo de Jorge Messias é pródigo em aperfeiçoamentos, tem um mestrado e um doutorado ainda em andamento. F
ora a graduação em Direito, concluída na UFPE em 2003, o restante da formação é toda em outras áreas.
É uma bela formação, admita-se, mas é o ideal para ser ministro do STF pelos próximos 32 anos?
Reprovou
Para falar de quem já está lá dentro, vale citar o ministro Dias Toffoli que foi reprovado duas vezes num concurso para ser juiz antes de ser indicado por Lula para o STF.
Ele nunca conseguiu se tornar magistrado pelo estudo, por concurso, mas hoje julga em última instância as decisões de juízes em todo o país, com a autoridade de quem fará isso ainda até 2042, quando completará seus 75 anos.
Quando foi indicado, Tofolli nem tinha pós-graduação.
Mandatos
A ideia de limitar a um mandato definido a atuação dos ministros da Suprema Corte é algo que precisa ser discutido com seriedade, sem revanchismo bolsonarista ou lulista, sem interesse de ocasião, mas com a absoluta convicção de que que é necessário modernizar o acesso aos cargos de poder no país, buscando atuações que se assemelhem mais à contribuições pessoais de indivíduos ao serviço público e menos à mamatas com interesse de serventia política.
Pesquisa no Recife
A segunda rodada da pesquisa exclusiva do Ipespe com o Jornal do Commercio sobre a capital pernambucana será divulgada durante o dia de hoje, com vários cenários envolvendo a disputa pela prefeitura da cidade, prevista para 2024.
Logo após a divulgação, no Blog de Jamildo, o cientista político Antonio Lavareda conversa ao vivo com o Passando a Limpo, às 9h, na Rádio Jornal, para comentar os números.
Cenários
A pesquisa considerou vários cenários com possíveis candidatos à prefeitura e com o atual prefeito, João Campos (PSB). Além disso, também foi medida a aprovação do socialista.
A governadora Raquel Lyra (PSDB) e o presidente Lula (PT) também serão avaliados entre os eleitores do Recife.
Forças
A aprovação da governadora Raquel Lyra na capital é importante para determinar o peso que ela pode ter indicando um adversário para tentar evitar a reeleição de Campos.
No primeiro levantamento JC/Ipespe, em maio, a administração Raquel tinha 55% de aprovação e 36% de reprovação.
O mesmo vale para Lula que tinha 66% de aprovação e 28% de reprovação em maio.