Cena Política

Equacionando aproximações políticas em Pernambuco e a boa surpresa de Tebet

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Igor Maciel

Publicado em 14/10/2023 às 20:00
Análise
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Amanhã, logo pela manhã, está marcado mais um encontro entre a governadora de Pernambuco e um ministro do Governo Lula. Silvio Costa Filho (Republicanos), da pasta de Portos e Aeroportos, estará em Suape para a assinatura da autorização que deve garantir a instalação de um terminal de contêineres. O investimento chega a R$ 1,6 bilhão, só para começar. Não é pouca coisa.

Equilíbrio

No cargo há poucas semanas, Silvio Costa Filho terá a oportunidade de protagonizar esse grande anúncio ao lado da governadora em sua terra natal. Há quem brinque que o destino ajuda bastante o ministro politicamente. Mas ele tem alguns desafios nesse campo para os próximos meses. Equilibrar a relação entre João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSDB) é um deles.

Alianças

O Republicanos, partido do ministro, é aliado de Campos na Prefeitura do Recife. A aliança é importante para os dois lados e, não por acaso, em toda entrevista que dá, em qualquer oportunidade, o prefeito da Capital faz questão de citar Silvio Filho. Na última entrevista que deu à Rádio Jornal, Campos mencionou o ministro para mostrar afinidade.

Aproximação

Há mais que uma aproximação geracional entre eles. São jovens, filhos de políticos, que precisaram conquistar o próprio espaço e independência para não serem vistos como herdeiros. A busca por luz própria é um fator de identificação. Os dois foram deputados juntos em Brasília e Campos foi fundamental no percurso que Silvio Costa Filho fez quando saiu da oposição e se transformou num aliado do PSB no estado.

Prioridades

Se há algum dilema agora, tem a ver com o Republicanos. O partido foi o que mais cresceu em Pernambuco nos últimos anos. Não é segredo para ninguém que a “prioridade número zero” do PSB em 2024 será garantir a reeleição de Campos no Recife. Até aí, tudo bem.

O problema é que Silvio quer garantir a continuidade do crescimento de seu partido em outros municípios. Fortalecer seu grupo político é a prioridade. Inclusive para sua pretensão futura de ser candidato ao Senado.

Explica

Quem tem mais ramificações políticas para ajudar nesse crescimento partidário é o Governo do Estado. E a aproximação entre Raquel e Silvio se explica também por aí, além das já conhecidas orientações do chefe dele, o presidente Lula, para os ministros “ajudarem Raquel no que for necessário”.

Bom para todos

Tudo indica que Silvio Costa Filho e o Republicanos vão ficar mais próximos de quem puder garantir duas coisas nos próximos anos: crescimento da sigla em 2024 e uma vaga para o Senado em 2026.

Se, enquanto isso, os pernambucanos forem sendo contemplados com investimentos como o que vai ser firmado nesta segunda-feira (16), está ótimo.

Pesquisa

O Instituto Paraná realizou uma pesquisa simulando uma eleição para presidente da República nos dias de hoje, para entender como estariam posicionados alguns possíveis presidenciáveis no país.

O atual presidente, Lula (PT), lidera, com 36,6%, seguido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) que teria 12,7%. Nada de muito surpreendente, já que Bolsonaro (PL) está inelegível.

O ex-juiz Sergio Moro (UB) teria 6,7%, Ciro Gomes (PDT) teria 6,3% e Romeu Zema (Novo) teria 5,7%, entre os nomes colocados.

Mas, à frente de todos esses últimos estaria Simone Tebet (MDB). O que é uma surpresa boa.

Tebet X Ciro

Entre os candidatos não bolsonaristas, no centro democrático e na esquerda, Tebet ficou melhor posicionada do que Ciro Gomes. A ministra do Planejamento alcançou 7,4%.

No geral, com todos os possíveis candidatos, Tebet é a terceira melhor colocada na pesquisa.

Falta muito tempo, mas ter alguém que não é “surfista ocasional de populismo” com chances numa eleição presidencial é o sonho do brasileiro com juízo.

Oremos.

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