Cena Política

Aprendendo com os erros de Israel para lidar com o terror e outros bandidos

Confira a coluna Cena Política desta terça-feira (17)

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Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 16/10/2023 às 20:00
Análise
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O que está acontecendo em Israel é um alerta importante para evidenciar o seguinte: não se dorme tranquilo à vizinhança de terroristas ou facções criminosas. Não se menospreza o risco de conviver com eles, porque não se pode acreditar que o terror dê folga, nem o crime.

O terror e o crime fingem que dormem enquanto esperam suas oportunidades. O governo israelense dormiu e vimos o que aconteceu.

Cochilo

Netanyahu cochilou na articulação com os palestinos de uma forma tão ridícula, enquanto tentava aumentar o próprio poder na política interna de Israel, que os terroristas entraram no país com uma simplicidade técnica inacreditável até para eles próprios. São muitos os relatos de integrantes do Hamas dizendo que ficaram surpresos com a facilidade para invadir o território e matar ou sequestrar quem encontravam pela frente.

O crime também

Basta uma oportunidade para fazer vítima quem cochila ao lado do mal. E foi isso que aconteceu.

O alerta da guerra é importante para que, em todos os lugares, possamos pensar se estamos cochilando ao lado do mal ou não estamos dando a devida importância para o terror e o crime ao nosso lado.

O Rio de Janeiro cochilou e foi tomado por facções criminosas. Salvador cochilou e foi tomada pelo crime. O Rio Grande do Norte, com frequência, é despertado de um sono constrangedor sempre que grupos criminosos têm os interesses contrariados por lá.

Aqui também

No meio da Segurança Pública, comenta-se que uma próxima fronteira para os tentáculos dessas facções criminosas seria Pernambuco. Outros, menos otimistas, acreditam que isso não está no futuro, mas no presente, e é urgente que se acorde.

O plano contra a violência que está para ser anunciado até o fim deste mês precisa dar à população a sensação de segurança esperada há meses, mas também precisa, de forma efetiva, mostrar às facções criminosas que Pernambuco não está dormindo em relação a elas.

Sem acordo

É caro combater o crime, dá muito trabalho. O crime (e o terror) tentam chamar menos atenção por um tempo para induzir o poder público ao sono.

O Juntos pela Segurança, em Pernambuco, precisa ser mais profundo e amplo do que todos os planos que já tivemos antes. E por um motivo muito simples: quando se trata o crime com superficialidade, com sono, é como se estivéssemos fazendo um “pacto de convivência com os bandidos”, algo que foi feito no Rio de Janeiro e em Salvador em épocas diferentes. Um alívio político é dado por alguns anos enquanto as facções se enraízam e assumem o papel de estado paralelo.

Esse acordo, mesmo não verbal, é inaceitável e tem consequências trágicas.

Vai falar

O secretário de Defesa Social de Pernambuco tem entrevista marcada com a Rádio Jornal, nesta terça-feira (17), no programa Passando a Limpo. Será a primeira entrevista mais longa do secretário desde que assumiu o cargo.

Certamente o programa Juntos pela Segurança, que está para ser lançado até o fim do mês, e o concurso da Polícia Militar serão discutidos na entrevista.

Aposta certa

O ministro José Múcio sofreu resistência do PT, dos partidos aliados à esquerda do governo e, dizem, até da primeira-dama.

Mas, quando Lula chamou o amigo José Múcio para ser ministro da Defesa, sabia que precisava de um interlocutor com habilidade para criar pontes entre a gestão e as Forças Armadas, não com os petistas, ocasionais amigos do poder ou com a própria esposa.

O rápido resgate de brasileiros em Israel colocou em evidência o sucesso da aposta lulista e a competência, já esperada, do pernambucano que chefia a Defesa. Além disso, o trabalho garantiu notícias positivas, finalmente, para a FAB, que foi tão envolvida em escândalos nos últimos anos.

Instituições

Para completar sua missão, ainda longe de terminar, Múcio precisa garantir que Exército, Marinha e Aeronáutica, voltem a ter o respeito da população como instituições livres da política, mas comprometidas com o bem estar e a segurança dos brasileiros.

Confiança é algo que se esvai com muita facilidade. Reconstruir credibilidade institucional é um processo lento, doloroso e caro. Por isso, quem usa instituições com interesses privados e partidários deveria ter punição muito mais dura do que as possíveis hoje.

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