Cena Política

O relatório da CPMI que não vai dar em nada e até a rádio do Senado ignorou

Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (18)

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Igor Maciel

Publicado em 17/10/2023 às 20:00
Análise
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A CPMI dos atos de 8 de janeiro foi tão importante e tão levada a sério que a Rádio Senado interrompeu a transmissão da leitura de seu relatório final, na manhã da terça-feira (17), e a trocou pela transmissão de uma sessão solene em homenagem aos 10 anos da Procuradoria da Mulher.

A CPMI do Golpe, como vinha sendo chamada, nasceu errada, viveu sem brilho e morreu sem luz.

Desperdício

CPIs, aliás, tornaram-se a maior perda de tempo e de recursos que a República ainda se obriga a sustentar com o dinheiro do contribuinte.

Dezenas de parlamentares, com salários altos e gabinetes custosos, fazem vídeos para suas próprias redes sociais, enquanto discutem assuntos sobre os quais não têm grande influência nos resultados. É uma reunião de deputados e senadores que fingem ter autoridade para agir como investigadores, mas não conseguem nem fazer testemunhas falarem.

E daí?

O relatório lido pela senadora Eliziane Gama (PSD/MA), portanto, ganhou uma aura de desimportância tão grande que, mesmo pedindo o indiciamento de um ex-presidente da República e de vários ex-ministros e comandantes militares, nem a Rádio Senado conseguiu enxergar futuro em sua leitura. Todo mundo sabe que não vai dar em nada.

A política precisa ser reformulada e as CPIs também.

Vem aí

O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, deu entrevista à Rádio Jornal e garantiu que o plano contra a violência, prometido pela governadora Raquel Lyra (PSDB) ainda na campanha eleitoral, será apresentado nos próximos dias.

A coluna teve informações de que o plano está praticamente pronto há bastante tempo, mas vem passando por ajustes e algumas ações já passaram por testes práticos.

Só com o dinheiro

O motivo principal da demora, segundo relatou uma fonte à coluna, é que se esperava a confirmação de que haveria dinheiro para todas as ações necessárias e detalhadas no plano. E agora há.

É mais um exemplo de uma conduta que se tornou a argumentação principal do governo, sempre que os projetos demoram para serem anunciados: Raquel não lança nada se não tiver dinheiro em caixa para realizar.

Inteligência

Um ponto que certamente estará presente no plano, pelo que foi dito na entrevista do secretário, é o investimento em inteligência.

O setor de inteligência será muito valorizado e a prevenção para evitar a entrada mais forte de facções criminosas no estado é uma das prioridades do documento que, já prometeu Raquel, será lançado oficialmente nas próximas duas ou três semanas.

Debate cretino

O Congresso investigando uma tentativa de golpe de estado envolvendo supostamente um ex-presidente da República, brasileiros tentando fugir de uma zona de guerra no Oriente Médio, um plano de paz criado pelo Brasil e sendo colocado em votação na ONU, violência crescente, desemprego preocupante e as redes sociais repercutindo uma “briga” entre duas marcas de chocolates que emulam de forma lúdica e divertida a polarização política do país e o ataque às discordâncias de pensamento.

A principal matéria prima das redes sociais é a cretinice. E ela é vendida com um disfarce divertido de entretenimento.

A volta de Nassau

Organizador do livro O Brasil Holandês, lançado na XIV Bienal Internacional do Livro, o senador Humberto Costa (PT) esteve na Embaixada da Alemanha, em Brasília, para tratar de um projeto de caráter histórico, turístico e cultural em favor de Pernambuco.

O parlamentar pediu à representação germânica o traslado dos restos mortais do príncipe João Maurício de Nassau para o estado, com a finalidade de integrá-los ao conjunto arquitetônico da rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife.

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