O motivo de Raquel ter criado uma "ponte-aérea" com Brasília em 2023
Confira a coluna Cena Política desta sexta-feira (20)
Desde o início do ano, os relatos bem humorados entre os ministros do governo Lula sobre Raquel Lyra (PSDB) eram de que a governadora de Pernambuco “brotava” nos ministérios quando eles menos esperavam. Buscava recursos, buscava destravar obras e encaixar projetos para ir atrás de empréstimos para investir no estado.
A frequência chamou a atenção e muita coisa foi garantida, também contando com o sinal de Lula (PT). O presidente tem orientado os auxiliares a fazerem tudo o que for possível para ajudar Raquel.
Tinha motivo
Agora, o colunista de economia do JC, Fernando Castilho, trouxe uma informação que explica um pouco a criação dessa “ponte-aérea” de Lyra com Brasília. O estado iria perder o Capag, que é a capacidade de pegar empréstimos com garantia da União.
Numa entrevista à Rádio Jornal, ontem (19), o secretário da Fazenda, Wilson de Paula, explicou que o Capag é como a pontuação do Serasa. A “pontuação” final do governo Paulo Câmara em 2022 foi baixa e, por isso, o estado perdeu a garantia da União para 2023 e 2024.
Gastou demais
No primeiro semestre, quando a equipe do governo anterior ainda gritava aos quatro cantos que “tinha deixado muito dinheiro nos cofres”, o secretário atual já havia alertado para a Capag e que, provavelmente, o estado ia ser prejudicado porque gastou demais em 2022.
A secretaria do Tesouro Nacional confirmou agora o mau resultado da gestão anterior: R$ 370 milhões teriam sido gastos além da conta. Perdeu-se liquidez. A análise do Tesouro é feita sempre em relação ao ano anterior.
Soube agir
Foi por isso que, depois de um diagnóstico nas contas, a governadora começou a “brotar” em Brasília. Ela sabia que se não garantisse os empréstimos no início do ano não conseguiria nem tão cedo mais. Garantiu o dinheiro antes, para anunciar obras somente depois. Alguns podem dizer que foi uma armadilha deixada pela gestão estadual anterior.
Difícil julgar, mas é fato que se gastou além do que se podia. É fato também que Raquel soube agir rápido para não ficar sem capacidade de investimentos. E merece o reconhecimento.
Rec’n’Play
Numa programação que contava em seu primeiro dia com o produtor musical Kondzilla e o cantor e compositor Marcelo Falcão, durante o Rec’n’Play, que acontece no Bairro do Recife até o fim da semana, a grande atração acabou sendo João Carlos Paes Mendonça.
Com 85 anos e disposição a toda prova, o empresário falou sobre o “Marketing do Futuro”, num bate-papo com a jornalista Rosário Pompéia e o cientista Silvio Meira.
Inovação
João Carlos Paes Mendonça passou a vida inovando. Ele contou histórias, desde quando fazia “pesquisa de olho” sobre o que as pessoas compravam, observando pessoalmente as sacolas dos clientes da concorrência na rua, antes de abrir o Bompreço.
Detalhou as origens dos “clubes de fidelidade”, como o Bomclube, e pela defesa do Compromisso Social para empresas (numa época em que ninguém falava de ESG).
Sucesso
O que poderia ser considerado inusitado, um senhor de 85 anos falando sobre marketing para o futuro, acabou sendo a confirmação de algo que é ensinado hoje nas salas de aula, em cursos caríssimos de gestão: inovar não é questão de tempo ou idade, mas de sensibilidade para perceber o mundo em sua volta, respeitá-lo e trabalhar com ele.
O que os espectadores aprenderam no primeiro dia do Rec’n’Play, sem pagar nada, foi que o sucesso é consequência disso.
Tem mais
O Rec’n’Play, chamado pelos organizadores de “carnaval do conhecimento”, segue até este sábado (21) com centenas de atrações no Bairro do Recife.
Nesta sexta (19), inclusive, será apresentado o Manifesto do Marketing do Futuro para a Política, com vários convidados e a proposta de uma abordagem transformadora sobre os processos políticos, eleitorais e de gestão pública para o futuro.
Vários convidados do meio político no cenário nacional confirmaram presença.
Documento
Para o lançamento do Manifesto do Marketing do Futuro da Política, foi elaborado um documento, baseado em preceitos sólidos e valores democráticos, com 16 sinais, 16 princípios e 32 teses. O objetivo é encontrar novas formas de pensar e fazer o marketing político.
É também um chamado para uma ação colaborativa pensando nas próximas eleições.