O vácuo na política de segurança é o ambiente perfeito para facções criminosas
Confira a coluna Cena Política deste domingo (22)
Enquanto o Juntos pela Segurança não for lançado, a SDS e o governo estarão sob pressão muito maior do que estariam. Na segurança pública não pode existir vácuo e essa impressão de vazio está cada vez mais forte por conta de uma falha no discurso do governo.
Derrubaram um teto e ficaram sem ter como abrigar
Derrubar sem projeto
Acabaram o Pacto Pela Vida antes mesmo de ter algum tipo de substituto em condições de ser apresentado. Embora falido, o Pacto representava um modelo ativo de combate ao crime que funcionou bem e ainda era forte no imaginário coletivo.
Derrubou-se o edifício sem ter nem mesmo uma “barraca” para colocar no lugar. O argumento de que não se queria lançar nada antes de ter dinheiro garantido para a execução do novo plano é válido. Mas, então, que não se derrubasse o teto anterior. Até com goteiras o sujeito se abriga.
Difícil é ter abrigo quando se derruba o teto.
Vazio
O assassinato de um juiz, como o que aconteceu na última quinta-feira (19) em Jaboatão dos Guararapes, reforça a sensação de vazio na população em relação à segurança. E, no meio da repercussão causada, a primeira pergunta que surge é “onde está o plano de segurança prometido?”.
O histórico da governadora, que já foi delegada da Polícia Federal, foi utilizado na construção da campanha e agora tende a ser lembrado.
Facções
Há uma preocupação muito forte nos bastidores com a atuação de grupos ligados à facções criminosas atuando em Pernambuco.
O vácuo na política de segurança pode comprometer seriamente e por muito tempo o combate à violência no estado. Permitir que esses grupos espalhem raízes cada vez mais profundas no sistema e criem um estado paralelo é o erro que já foi cometido por muitos estados e Pernambuco deveria estar bastante preocupado para não permitir o mesmo.
Problema real
As ações dos últimos meses, com mortes de policiais, execução de um juiz e outros magistrados andando com segurança reforçada para não morrerem também, somados ao baixo efetivo e ao enfraquecimento da atuação das forças de segurança junto às comunidades, com o estado mais ausente, mostram que não estamos tratando de um problema futuro.
A solução precisa vir urgente ou as rédeas vão escapar.
Ministra e o Flamengo
A ministra da pasta de Igualdade Racial, Anielle Franco, visita o Recife em novembro para uma palestra no dia 10. A Alepe realiza um evento para incentivar o “combate ao preconceito racial, racismo sistêmico e a opressão estrutural de grupos marginalizados”. A programação vai de 6 a 10 de novembro.
Anielle Franco chamou a atenção negativamente, há algumas semanas, quando usou um avião da FAB para ir assinar um convênio em São Paulo, mas gravou para as redes sociais, do avião, dizendo que ia “assistir o jogo do Flamengo” na final da Copa do Brasil.
A coluna já checou e não há nenhum jogo do Flamengo marcado para o dia 10 de novembro em Pernambuco.