Igual ao Brasil, argentinos terão que escolher entre duas opções ruins
Confira a coluna Cena Política desta terça-feira (24)
Os argentinos terão que escolher entre uma opção ruim e outra opção péssima no segundo turno das eleições. Nada que nós, brasileiros, não entendamos como funciona. No fim, sempre se escolhe o menor dos prejuízos, fingindo para o espelho, e nos grupos de “zap” da família, que a decisão é a mais sensata.
Nem aí
O que chamou a atenção de todos foi o índice de abstenção entre os hermanos, de 40%. Lá o voto é obrigatório, mas o valor da multa é tão baixinho que ninguém se importa. Igual ao Brasil. A desesperança por lá é bem maior que aqui, por enquanto. Em 2022, tivemos uma abstenção de 20% no pleito nacional.
Vai crescer
Na disputa de segundo turno, entre o ministro da inflação e o sujeito que conversa com um cachorro morto, resta saber qual será o percentual de eleitores que vão ficar em casa aguardando o resultado, sem sair para votar. A tendência é que a abstenção aumente e bata novos recordes.
Manchetes
Numa entrevista rápida à Rádio Jornal, enquanto respondia três perguntas, o senador Humberto Costa (PT) conseguiu descarregar material suficiente para render algumas manchetes sobre a relação entre o PT e o PSB.
Ao contrário do que os integrantes municipais dos partidos têm trabalhado para transmitir a alguns blogs do estado, o clima não se encaminha para uma aproximação maior do que a existente hoje. A entrevista, na verdade, passou a impressão de que está bem longe disso.
Nada
É interesse do PSB e do PT municipal dar a entender que existe um acordo para apoiar João Campos (PSB) em sua reeleição. Membros do PT municipal ocupam cargos na prefeitura. No encontro da sigla que aconteceu durante o último fim de semana, havia a expectativa de que o prefeito pudesse até estar presente. A condição era que o documento final do PT explicitasse a aliança com o PSB para 2024.
Nada foi garantido. E o prefeito não apareceu. O documento não confirma nada.
“Morta”
O motivo talvez tenha a ver com uma das frases que o senador pernambucano soltou na entrevista à Rádio. Em determinado momento soltou: “a Frente Popular é morta”. Ele explicou bem, disse que estava se referindo às características que deram base à Frente Popular no passado, de Arraes e Eduardo Campos.
Mas, alguém experiente como Humberto não diz uma frase dessas em público sem a consciência de que isso vira manchete imediatamente. Ele fez sabendo o impacto que causaria.
Projeto pessoal
Esse termo, “a Frente Popular é morta”, foi um recado direto para esclarecer que todo o contexto dos “contratos” que PT e PSB assinaram no passado mudou, que não existe uma Frente Popular quando ela se resume a apenas uma pessoa e a um projeto de poder pessoal, ao invés de grupo.
Não foi verbalizado assim pelo senador, mas essa é a maior crítica de petistas em relação ao PSB de Pernambuco atualmente.
Espaços
Mesmo quando Eduardo Campos mandava no estado com mão de ferro e oposição figurativa, havia participação justa nos espaços da administração pública para os aliados.
Os episódios em que Lula (PT), e depois o próprio Humberto, precisaram intervir para arranjar espaços para Paulo Câmara e Danilo Cabral, deliberadamente ignorados pelo PSB, entram nessa conta.
A vaga de vice que o PT quer no palanque de João para poder apoiá-lo, também.
De quem?
O fato de que o PSB perdeu o PSD, viu o PP ir embora, deve perder o MDB e ainda pode perder o Republicanos no futuro, também preocupam quem fala em “Frente Popular”. “É uma frente de quem?”, questionam.
Aceno
Outro ponto que chamou bastante atenção na entrevista foi quando o senador respondeu sobre 2026. Ao contrário de outros momentos, quando integrantes do PT costumavam já dizer que o partido pretende ter candidatura própria ao governo, dessa vez Humberto lembrou que o partido chega forte para 2026 em Pernambuco, com deputado federal e dois senadores, mas focou o discurso em renovar o mandato do Senado e fazer uma boa bancada de federais.
Seria um aceno para Raquel Lyra (PSDB)?