Cena Política

Se confirmado, pernambucano cotado para o TCU pode mexer com a política do estado

Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (15)

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Igor Maciel

Publicado em 14/11/2023 às 20:00
Análise
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Não é segredo para ninguém que o senador Humberto Costa (PT) gostaria de ser governador de Pernambuco. Ele abriu mão dessa possibilidade em 2022, por um acordo com o PSB, e os socialistas lançaram Danilo Cabral (PSB), mas o escantearam após a derrota (ou durante a própria campanha).

Quem acabou reconhecendo o sacrifício de Danilo e a capacidade de gestão dele foi o próprio Humberto, que o indicou à Sudene, depois.

Sem eleição

Isso, e o escanteio de Paulo Câmara também pelo PSB, criaram um grupo de socialistas e ex-socialistas descontentes com João Campos (PSB). Todos estão próximos do PT e de Humberto. O objetivo maior desse grupo é o Palácio do Campo das Princesas, em 2026 ou em 2030.

Acontece que o senador Humberto Costa anda bastante cotado para não ser mais candidato a nenhum cargo eletivo. É o que se comenta em Brasília.

Ascensorista graduado

Recentemente, numa conversa de elevador, um parlamentar muito graduado no Congresso Nacional indicou que o petista pernambucano “pode ir para o TCU”. O cálculo, dado como “muito provável” por esse confidente a uma fonte desta coluna (e ao ascensorista), é que Bruno Dantas, atual presidente do Tribunal de Contas, seria o favorito para ocupar a vaga aberta no STF e Lula estaria inclinado a mandar Humberto para ser ministro do TCU, com o aval do Senado.

Mapa muda

A operação toda, se acontecer, deve mexer com a política pernambucana. Mexe na estrutura do PT em Pernambuco, com o planejamento do partido para as próximas eleições e com a bancada pernambucana em Brasília. O suplente de Humberto é o deputado federal Waldemar Oliveira (Avante).

Se Waldemar virar senador, assume como deputada federal a primeira suplente do Avante na eleição de 2022.

Trata-se de Cristiane Moneta (Avante), que teve pouco mais de 12 mil votos em 2022.

Bessias

Hoje, o favorito para a vaga do STF seria o AGU, Jorge Messias. Ele é o nome que o PT quer emplacar de qualquer maneira na corte. Mas Bruno Dantas seria, agora, o nome favorito de Lula. Antes, o preferido do presidente era Flávio Dino (PSB).

Isso mudou devido aos fatos recentes. Como você pode ver abaixo.

Visitas

É difícil imaginar que o Ministério da Justiça estaria recebendo chefes do tráfico de drogas deliberadamente, com a única intenção de arriscar a descoberta pela imprensa e sofrer com a repercussão negativa do fato.

Excluindo, então, o fator dolo, conspiração ou associação criminosa, sobra a incompetência explícita de um órgão que deveria ser o mais blindado na estrutura do Poder Executivo. É que o nome completo da pasta é Ministério da Justiça e “Segurança Pública.

Imagine o serviço de informação e inteligência que deveria basear o trabalho dessa equipe para garantir segurança à população. E imagine como alguém do Comando Vermelho se encaixa em reuniões sem ser detectado.

Contra o crime no Brasil

Se eles não conseguem, sem uma denúncia da imprensa, detectar a entrada em suas dependências de uma mulher com a alcunha de “Dama do Tráfico”, esposa há 11 anos de um traficante e homicida conhecido como “Tio Patinhas”, ela própria condenada há 10 anos de cadeia (embora esteja recorrendo em liberdade) por associação criminosa e lavagem de dinheiro, representante de uma ONG abastecida com dinheiro do Comando Vermelho (há recibos nas reportagens), como é que esse ministério consegue combater a criminalidade no restante do país?

Divide em dois

Talvez seja o caso de separar, como já se pensou algumas vezes nesse governo, o ministério em duas pastas, uma para a Justiça e outra para a Segurança Pública. Flávio Dino estava cotado para o STF, mas as apostas nele foram a quase zero.

Na pasta de Justiça, seria bom ter alguém que se ocupasse mais das atribuições naturais do cargo e menos de tentar aparecer de qualquer forma nas redes sociais. Seria bom liberar o atual ministro para ser influencer em redes sociais, que é o que ele parece gostar.

Já na nova pasta de Segurança Pública seria, talvez, adequado ter algum repórter investigativo para reforçar a equipe. A atual equipe, responsável pela inteligência, parece ter dificuldades nesse setor.

Centenário

O ex-deputado federal Thales Ramalho, que completaria 100 anos de vida neste ano de 2023, terá sua trajetória mostrada no livro “Thales Ramalho: Política, Diálogo e Moderação – 100 anos”, escrito pelo jornalista Cícero Belmar, a ser lançado no próximo dia 14 de dezembro, às 19h30, na Academia Pernambucana de Letras.

A trajetória de vida do político conta também a história do Brasil, tendo sido peça-chave na articulação entre a oposição e o governo militar na busca pela redemocratização do País.

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