Cena Política

O que há por trás da preocupação dos petistas com a economia que Haddad quer fazer

Confira a coluna Cena Política desta terça-feira (12)

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Igor Maciel

Publicado em 11/12/2023 às 20:00
Análise
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Se o ministro Fernando Haddad (PT) quiser explicar à colega de partido, Gleisi Hoffmann (PT) com exemplos mais claros, que gastar mais do que ganha não faz a economia crescer, basta dar a ela uma passagem para Buenos Aires.

Se déficit fosse coisa boa, como defende a presidente nacional do PT, a Argentina seria o país com a economia mais bem sucedida da América do Sul.

Buraco

Os hermanos têm uma dívida de meio trilhão de dólares para administrar, hoje, e isso é resultado de décadas de governos peronistas mais preocupados em atender sindicatos, entupir o governo de funcionários públicos e gastar sem conta, baseado na ideia de que despesa gera desenvolvimento econômico.

Igualzinho ao que defendem Gleisi e seus aliados dentro do PT.

O sucesso da gastança

O resultado daquilo que a petista deseja, na Argentina, está no discurso do presidente que assumiu o cargo esta semana: “no hay plata”, alertou Javier Milei depois de pegar as chaves do cofre.

Não tem dinheiro nem para manter a estrutura governamental funcionando. Por lá, o desemprego preocupa bastante, os salários perdem valor de maneira desastrosa, a inflação caminha rápido para 200% ao ano.

A dívida pública chegou a 84% do PIB. É um belo exemplo para o Brasil? Gleisi, pelo jeito, acredita que sim.

O motivo

Haddad querer ser responsável com o dinheiro do contribuinte brasileiro, realmente, deve ser um absurdo para eles.

A guerra dos petistas contra o ministro da Fazenda petista tem a ver com a eleição de 2024. O deputado José Guimarães (PT), líder do partido na Câmara Federal, fez questão de deixar isso bem claro. “Se tiver que fazer déficit, nós vamos ter que fazer. Porque senão, a gente não ganha eleição em 2024”, declarou.

Dois craques

Mais claro, impossível. O PT quer que o governo Lula gaste mais dinheiro do que arrecada para ter vantagem eleitoral em 2024, nas eleições municipais.

Gleisi Hoffmann e José Guimarães já tiveram papel de destaque em outro governo, no passado. Ele era líder na Câmara e ela era ministra da Casa Civil durante o governo Dilma Rousseff (PT), quando a presidente perdeu o cargo através de um impeachment.

Os dois, Gleisi e Guimarães, não são exatamente sinônimo de sucesso.

Vil

A ideia de que o partido está pressionando o governo a gastar mais do que arrecada, comprometer a saúde fiscal do país, com o objetivo declarado de fortalecer a sigla para as eleições das prefeituras em 2024 não é apenas estúpida e deplorável do ponto de vista ético, moral e republicano.

É vil, desonesto e manda às favas qualquer tipo de fantasia que ainda se possa ter com as prioridades públicas do PT.

Culpa do Jair

O petismo tornou-se um amontoado de interesses privados, carregando uma bandeira partidária que se acredita ter sido reabilitada. Não foi.

O PT só está no poder porque é o partido de Lula, a única figura reconhecidamente capaz de ter vencido Bolsonaro nas eleições de 2022 com este no exercício do poder.

Não fosse por Bolsonaro ter ido muito mal e não haver renovação na política brasileira, os petistas ainda estariam no fundo do poço em que se meteram no passado.

Bilhete

Agora, é difícil imaginar que a Argentina consiga sair com alguma facilidade da crise imensa em que se meteu. Mas já imaginou se a austeridade fiscal do novo governo, com redução do Estado e economia de recursos, consegue salvar a economia dos nossos vizinhos?

Haddad poderia mandar emitir uma segunda passagem para Gleisi ir visitar Buenos Aires. Seria educativo.

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