Cena Política

Duas vagas no estacionamento e um engarrafamento de candidatos ao Senado

Confira a coluna Cena Política deste domingo (17)

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Igor Maciel

Publicado em 16/12/2023 às 20:00
Análise
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O comentário que circula nos bastidores, entre os políticos pernambucanos, é o de que vai haver um grande engarrafamento de candidatos ao Senado na eleição de 2026. E as disputas começam já em 2024. Como vai se tratar de uma reeleição da governadora e serão duas vagas para senadores, a quantidade de postulantes aos cargos é grande.

Acredita-se que podemos ter mais de dez candidatos à câmara alta em Pernambuco.

Sem chance

Ter uma reeleição no páreo aumenta o número de candidatos ao Senado porque todo mundo sabe que é muito difícil vencer quem já está na cadeira. Geralmente, os candidatos ao Senado são aqueles que gostariam de disputar o Governo, mas não estão dispostos, inclusive financeiramente, a arriscar algo assim no momento.

Fora isso, caso exista alguma mínima chance de vencer Raquel Lyra (PSDB) em 2026, todos acreditam que João Campos (PSB) é quem vai assumir a missão.

Engarrafamento

Por causa desse cenário quase impossível para o Palácio, quase todo mundo que sonha em ser governador um dia vai resolver esperar um pouco mais.

Resultado é que a lista ficou gigante. André de Paula (PSD), Miguel Coelho (UB), Humberto Costa (que deve ir à reeleição pelo PT), Silvio Costa Filho (Republicanos), Dani Portela (PSOL), Anderson Ferreira (PL), Marília Arraes (SD), Fernando Dueire (MDB, e também pode tentar a reeleição), Eduardo da Fonte (PP) e Gonzaga Patriota (PSB) estão nesta lista, por enquanto.

No dia do registro das candidaturas, vai ser preciso distribuir senhas e chamar a CTTU para organizar a fila no estacionamento do TRE.

Pedro em 2025

Já existe um acordo para que a liderança do PSB volte para um pernambucano em 2025. Para 2024, Felipe Carreras (PSB) está passando o bastão ao deputado Gervásio Maia (PSB-PB), mas já ficou acertado que o líder em 2025 será o deputado Pedro Campos (PSB).

A ida de Pedro à liderança do partido em 2025 pode culminar com o período em que João decidirá se fica na prefeitura (caso seja reeleito) ou sai para disputar o governo, em 2026.

O depois

João Campos (PSB), o prefeito do Recife, caso não seja candidato ao governo em 2026, o será em 2030. Isso é algo resolvido. Como ficará sem mandato entre 2028 e 2030, alguns auxiliares entendem que ele precisará estar bem posto, de preferência na presidência nacional do PSB ou com alguém de sua inteira confiança no cargo, para planejar a campanha com tranquilidade e rodar o estado.

O projeto encaixa com informações de que Siqueira, atual presidente nacional dos socialistas, estaria perto de sair do cargo.

Melhorar relação

Há outro problema para Carlos Siqueira que pode acelerar o processo de saída. Lula tem mágoas com João, ainda por conta das eleições de 2020, quando o atual prefeito disputou o Recife contra os petistas, mas a raiva mesmo o presidente da República tem é de Siqueira.

Quem conversa com Lula sobre o assunto diz que a relação é ruim. Há quem defenda a mudança no comando também para tentar melhorar a relação entre PSB e PT no futuro.

E nem reclamem

Quando Maurício Macri foi presidente da Argentina, tentou implementar várias reformas necessárias para salvar a economia do país e, toda vez que tentava aprová-las no Legislativo, militantes ligados aos sindicatos iam às ruas protestar. Houve greves e bloqueios de exportações porque os sindicatos não queriam perder privilégios.

Macri ficou enfraquecido e saiu, dando lugar a mais um governo peronista que quase terminou de quebrar o país.

Não é por acaso que uma das primeiras medidas de Javier Milei, agora, foi limitar manifestações.

Gato escaldado

E quem assinou a medida foi a ministra da Segurança, Patrícia Bullrich. Ela vem a ser uma das candidatas derrotadas no primeiro turno da eleição argentina.

E era, exatamente, a candidata de Maurício Macri, que apoiou Milei no segundo turno. Ele sabe onde errou.

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