O PT e a realidade gasosa que se concentra ou dissipa a depender do retorno
Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (17)
Marta Suplicy voltando ao PT num acordo petista com o PSOL, depois de votar pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016. Alckmin como vice de Lula, depois de dizer, quando era tucano, que o petista queria ser presidente em 2018 para “voltar à cena do crime”. Lula sustentando ministros com problemas na Justiça, envolvidos com favorecimento de aliados e até de familiares, depois de acusar Bolsonaro de fazer o mesmo. Antes disso, a aliança com Paulo Maluf em São Paulo para garantir, na época, a eleição de Fernando Haddad como prefeito paulistano.
São só alguns exemplos.
Então…
Por esses exemplos, podemos concluir que o impeachment apoiado por Marta não foi tão “golpe” assim?
Que os tucanos, igual a Alckmin, não estavam tão errados em suas críticas?
Que Bolsonaro não podia ser responsabilizado ao manter a governabilidade aceitando as “peraltices” de seus ministros?
Ou que Paulo Maluf era, na verdade, um homem probo e digno de todo o respeito?
Para todos os casos, os petistas usam a tese do desprendimento, da humanidade, do perdão. Mas o perdão só existe para quem tem algo a oferecer em troca. Como Maluf tinha e Marta tem.
Pense melhor
Sempre que o jovem está prestes a tomar uma decisão errada, a mãe ou o pai, atentos à responsabilidade de instruir para a vida, podem alcançar a consciência do protegido com uma frase simples: pense um pouco mais.
Todo mundo que pensa em embarcar nas teses do PT sobre a realidade deveria ganhar tempo para pensar mais e melhor. Porque as teses do PT não costumam se sustentar à realidade, dependendo da conveniÊncia futura.
Espalha no ar
Isso não é bom. É muito ruim. É o maior e mais importante partido do país, com representação incontestável de uma parcela grande da população. Quando eles enfeitam fantasias com panos de realidade, o desenvolvimento da sociedade brasileira é atrasado em alguma medida.
E fazer isso apoiado em falácias disfarçadas de humanismo altruísta constrange qualquer reserva de inteligência dos brasileiros. Chega a ser desrespeitoso.
Bauman, o filósofo polonês, criou o conceito de Modernidade Líquida. O PT criou a “Realidade Gasosa”.
PDT
Nos últimos dias, as fotos de Raquel Lyra (PSDB) com o presidente nacional do PDT e ministro da Previdência, Carlos Lupi, deram o tom para reforçar as especulações sobre já haver um acordo entre eles para que os pedetistas embarquem na gestão estadual. Segundo uma fonte tucana, o acerto já foi feito.
O PDT deve ter algum espaço no governo e a estratégia de aproximação vai se espalhar para as eleições municipais. Caruaru é um exemplo.
Projetos
Já faz alguns meses que o ex-deputado estadual José Queiroz (PDT) adaptou o discurso, antes crítico à governadora. O filho, Wolney, fez o mesmo. Existe a possibilidade de José Queiroz ter o apoio dela para tentar a prefeitura de Caruaru por um quinto mandato. As possibilidades também incluem o apoio a um retorno de Wolney Queiroz (PDT), atual secretário nacional do ministério da Previdência, para a Câmara Federal como deputado.
Isolamento
O PDT em Pernambuco foi muito prejudicado durante a eleição de 2022 por causa de Ciro Gomes (PDT).
O cearense, candidato a presidente, medalhista olímpico no quesito intransigência e com uma absurda capacidade para se isolar, atrapalhou as campanhas de dezenas de pedetistas pelo Brasil.
Os Queiroz foram nesse bolo. A bancada do PDT perdeu dois parlamentares em Brasília e, na Assembleia, em Pernambuco, ficou sem nenhum representante.
Estrada difícil
Se, por um lado, Raquel pode apoiar a candidatura de José Queiroz à prefeitura, por outro, Rodrigo Pinheiro (PSDB), o atual prefeito que foi vice da governadora na gestão municipal, está com dificuldades para encontrar um novo partido.
Se ficar no PSDB, corre o risco de não ser candidato ou não ter verba para a disputa. Mas não está fácil migrar para outra sigla. Ninguém está querendo assinar a ficha de filiação dele e se arriscar a uma briga com a governadora.