Cena Política

As árvores em boas mãos e seguras, independente do governo da vez

Confira a coluna Cena Política deste domingo (21)

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Igor Maciel

Publicado em 20/01/2024 às 20:00
Análise
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A Escola de Sargentos é boa para Pernambuco. Não dá para ignorar um empreendimento que vai gerar cerca de 11 mil empregos e terá investimento de quase R$ 2 bilhões.

Não dá para ser contra um equipamento que vai impactar diretamente a economia de ao menos seis municípios da Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata, com movimentação econômica comparável a uma grande indústria, embora seja um exemplo ambiental e esteja voltada exclusivamente para o setor de educação.

Mas teve gente contra o projeto e ele quase foi inviabilizado. Nunca diga “nunca” para a capacidade humana de reclamar, mesmo quando a reclamação não faz sentido.

Árvores felizes

Durante cerimônia de assinatura do termo de construção da Escola, o presidente Lula (PT) soltou uma indireta para os ambientalistas que tentaram travar o projeto alegando que ele era danoso ao meio ambiente. Fez questão de lembrar que se não estivessem dentro de território militar, guardados pelo Exército, os trechos de mata que hoje existem no Curado, por exemplo, teriam sido derrubados.

“Se não fosse o Exército nessa área ainda haveria alguma árvore aqui? Temos que agradecer o que vocês fizeram”, concluiu.

Raquel

O projeto, é bom lembrar, foi modificado para reduzir a supressão vegetal e garante replantio, com acréscimo, de tudo o que for derrubado.

É preciso destacar o papel da governadora Raquel Lyra (PSDB), que atuou junto aos movimentos ambientais para apaziguar os ânimos.

Vale o escrito

É importante lembrar que a Escola de Sargentos tem ainda um ponto positivo extremamente importante: por ser tocada pelo Exército, uma instituição que não depende do presidente da vez, é um projeto que não é realizado só com discurso e interesse eleitoreiro, mas com garantias que transcendem completamente a política.

Múcio

E transcender a política foi o tema principal do discurso do ministro da Defesa José Múcio. O pernambucano, aliás, merece todas as homenagens que lhe puderem ser feitas.

É impressionante como uma das criaturas mais experientes do Brasil atual, no campo das relações entre políticos, da articulação institucional e da estratégia de administração pública, conseguiu fazer pontes entre civis e militares no ambiente cheio de atritos que encontrou. Sem enfiar a política sobre a mesa.

Político sem política

Múcio operacionalizou tudo para apresentar os resultados que está apresentando sem fazer política miúda, sem estar filiado ou utilizar partidos no caminho. É de uma habilidade que poucos são capazes.

E mesmo assim (ou exatamente por isso), os petistas mais graúdos do governo fizeram campanha interna para tentar derrubar Múcio ao longo dos últimos meses. O PT queria guerra com os militares e Múcio é um apaziguador. Como deu certo certo, virou alvo.

Pecado

Múcio sofre do mesmo problema de Fernando Haddad (PT) em Brasília. Trabalhar direito e tentar apresentar resultados, dentro do governo, é para o PT um pecado terrível, digno de extrema repreensão e combate. “Quem eles pensam que são para terem sucesso?”.

Mudança

Honestamente, não é difícil concordar que num futuro próximo José Múcio saia do ministério da Defesa. Com uma condição: que ele vá para a Casa Civil e possa, bem de perto, orientar o presidente. O Brasil anda precisando de mais Múcios e menos Gleisis ou Costas no Palácio do Planalto.

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