Cena Política

A crise é muito maior pela privacidade ameaçada do que pelo crime

Confira a coluna Cena Política deste sábado (27)

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Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 26/01/2024 às 20:00
Análise
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Aos poucos, o detalhamento da espionagem que supostamente ocorreu na Abin durante o governo Bolsonaro (PL) tende a unir o governo Lula e o centrão. Em Brasília, se há algo que une mais que tudo, para além de partidos, ideologia ou visões de mundo, é a privacidade. A privacidade é mais importante até do que estar perto do poder.

Grave

Não importa quem seja o presidente, invadir privacidades em Brasília é algo muito sério, mais do que em outros lugares do Brasil. Se é verdade, e há muitos indícios, de que Bolsonaro andou espionando a vida de seus adversários e aliados, o problema político é muito grave, para além da questão criminal.

Prejudica

A consequência pode não atingir apenas o ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem (PL), mas todo o projeto do PL de fazer grande número de prefeituras pelo Brasil com o estandarte de Bolsonaro.

Dependendo da profundidade das descobertas que ainda estão sendo evidenciadas, acordos políticos entre lideranças e partidos podem ruir até outubro.

Conte de novo

É um momento muito difícil para o bolsonarismo e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que chegou a correr à imprensa durante a semana para dizer que Ramagem sairia mais forte para sua candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro, terá que refazer os cálculos.

Ensaios

Na medida em que o tempo passa, balões de ensaio vão sendo soprados nos bastidores para testar nomes que podem compor uma chapa entre João Campos (PSB) e o PT. Enquanto os petistas brigam entre eles para saber qual tendência vai indicar um vice, pessoas ligadas ao prefeito, que preferiam não ver um petista ao seu lado, “lançam” nomes com os argumentos mais estranhos possíveis.

O último foi o de Roberto Gusmão, que trabalhou com Geraldo Julio (PSB).

Não é

O ex-secretário de Infraestrutura de Geraldo Julio, que é ligado ao PSB (não ao PT), foi indicado como alguém que “geraria consenso”.

Pessoas no círculo do ex-secretário, ao serem questionadas sobre a possibilidade, deram uma sonora risada. “Ou querem enganar o PT com essa conversa ou querem prejudicar Gusmão. Não é verdade”, garante uma fonte bem próxima.

Pedro

Atenção para Pedro Campos (PSB). O deputado federal e irmão do prefeito João Campos (PSB) tem feito um roteiro de muitas visitas às bases eleitorais socialistas no interior e na Região Metropolitana. Faz o trabalho que precisa fazer, como parlamentar que representa esses locais, mas o movimento também está sendo visto como uma preparação para 2026.

Ampliando

O que se comenta é que se João Campos, sendo reeleito, não for candidato a governador para não deixar a prefeitura no meio do mandato, o irmão, Pedro, poderia assumir a missão. E, se não for assim, Pedro poderia já estar preparando o terreno para o irmão em 2026.

Um dos principais argumentos de quem defende que João nem pense no Palácio por enquanto é que ele ainda precisa correr o estado e se fazer conhecido fora da capital. Talvez isso esteja em curso.

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