Cena Política

O que interessa ao PT para a eleição de 2024 e se João vai conseguir ajudar

Confira a coluna Cena Política deste sábado (24)

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Cadastrado por

Igor Maciel

Publicado em 23/02/2024 às 20:00
Análise
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Após as análises de cenário feitas para alguns partidos e grupos políticos na edição de sexta-feira (23), alguns leitores cobraram uma análise da situação do PT em Pernambuco. Pois bem, o PT precisa fazer prefeitos, muitos prefeitos, se quiser mudar sua condição. E o desafio de crescimento é imenso.

O partido chegou a dominar a capital por 12 anos no início deste século, mas se perdeu completamente em suas disputas internas, virou satélite do PSB e foi encolhendo depois com os escândalos nacionais de corrupção. Houve candidaturas petistas em todas as eleições do Recife, desde então, mas ninguém teve sucesso.

Encolhendo

É verdade que a submissão ao PSB dos últimos anos rendeu alguns frutos, nunca foi algo gratuito politicamente. Dos três senadores pernambucanos, atualmente, dois são petistas. Sempre houve negociações de espaços nas administrações socialistas e isso sempre foi motivo de controvérsia, porque o PT lançava candidatos de oposição, mas continuava ocupando secretarias.

O tempo passou e o PT elegeu em 2020 apenas cinco prefeitos. Menos do que os sete que havia conseguido em 2016, e que já era menos do que os 12 que conquistou em 2012.

Sem base

Esse sempre foi um dos fatores que impediam uma candidatura do PT ao governo de Pernambuco. Sem uma base nos municípios, era sempre difícil argumentar com os aliados. Na eleição de 2018, por exemplo, quando o PT tinha sete prefeituras, o PSB tinha 70. Os petistas não tinham nem por onde começar.

Ordens de cima

Há muitas críticas também ao fato de o PT pernambucano não ter aproveitado os anos em que Lula e Dilma foram presidentes anteriormente para exercer influência nas eleições municipais. Mas a ordem para seguir debaixo do guarda-chuva socialista sempre veio do PT nacional, da boca do próprio Lula, muitas vezes.

PSB frágil

Agora, depois de ajudar tanto o PSB, a expectativa é saber se haverá uma diferença. O Governo Federal está em mãos petistas, mas o PSB está enfraquecido nacionalmente e tem pouco a entregar fora de Pernambuco. Se os socialistas quiserem ceder algo, terão que fazer dentro do próprio estado. O PT quer aumentar consideravelmente o número de prefeituras, principalmente no interior, para ter com o que negociar em 2026. Terão como receber isso?

Querem prefeituras

O diálogo sobre apoiar João Campos (PSB) ou não em sua reeleição passa por um acordo em municípios estratégicos do interior e da Região Metropolitana. O difícil é saber se o PSB terá força para ajudar os petistas também nesse sentido. Em 2020, com o governador ajudando, o PSB viu diminuir seu número de prefeitos, de 70 para 58. Agora, com o Palácio do Campo das Princesas como adversário, João terá como entregar algo sólido aos petistas?

Solução

O Governo do Estado tem obrigação de mediar uma solução para a violência no âmbito do futebol que envolva as suas próprias forças de segurança, o Poder Judiciário e os clubes pernambucanos. É inconcebível que bandidos continuem usando a bandeira de torcidas para cometer atentados, provocar brigas e destruir patrimônio público e privado sem uma interferência dura dos órgãos de Segurança e Justiça.

Fim do futebol

Enquanto bandidos vestidos de torcedores forem recebidos por dirigentes, receberem apoio financeiro dos clubes, tiverem voz ativa no dia-a-dia dos times e apoio de parlamentares pernambucanos, a tendência é que a violência aumente e o futebol como atrativo, como lazer, simplesmente acabe. Seria ruim para todos.

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