Cena Política

Tudo começa por Caruaru, mas não do jeito que Lupi imaginava

Confira a coluna Cena Política desta quinta-feira (29)

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Igor Maciel

Publicado em 28/02/2024 às 20:00
Análise
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A disputa na eleição municipal de Caruaru já começa a ser vista como um tipo de antecipação de 2026. Isso porque os palanques devem ser montados com representantes de Raquel Lyra (PSDB), João Campos (PSB) e Marília Arraes (SD). Mais ou menos a composição que deve acontecer na disputa pelo Palácio daqui a dois anos.

Cenário

O atual prefeito, Rodrigo Pinheiro (PSDB), anunciou finalmente que ficará no partido da governadora e, assim, será apoiado por ela.

Imediatamente, o PSB anunciou que apoiará José Queiroz (PDT). O ex-prefeito fez questão de anunciar o apoio dos socialistas dando destaque ao nome do prefeito do Recife. Muitos apontam João Campos como sendo o adversário de Raquel em 2026.

Esta semana, Marilia Arraes (SD) circulou por Brasília apresentando aquele que deve ser o seu candidato a prefeitura da Capital do Agreste: Armandinho (SD), integrante da banda Flor de Mandacaru.

Lupi e Raquel

Há alguns dias, comentou-se que havia uma chance de Raquel apoiar o PDT em Caruaru. Quando os pedetistas embarcaram no governo estadual e assumiram uma secretaria. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, chegou a deixar isso nas entrelinhas quando começou o discurso dizendo que “tudo começava em Caruaru”.

Não começava, nunca começou. A coluna conversou com uma pessoa que participou diretamente das negociações para o ingresso do PDT e essa fonte garantiu que Caruaru nunca esteve em discussão, porque Raquel não iria apoiar José Queiroz e deixou isso muito claro desde o início.

Até começa, mas…

O embate em Caruaru na eleição de 2024 poderá antecipar o cenário de 2026 com João Campos e Marília Arraes tentando evitar a reeleição de Raquel Lyra. No fim das contas, Lupi tinha certa razão: tudo começa por Caruaru. Só não é do jeito que ele imaginava.

Bivar e o União

Esta quinta-feira (29) pode marcar o fim de uma era para Luciano Bivar (UB), num domínio que começou ainda no PSL e passou pela eleição de um presidente da República. O deputado pernambucano, provavelmente, perderá o comando do partido que domina há vários anos. Bivar era o “dono” do PSL.

Virada

Ainda em 2018, estava perto de mudar o partido com a entrada de nomes jovens, na onda dos grupos de renovação política da época, quando alterou o rumo em 180 graus e cedeu a sigla para que Bolsonaro fosse candidato a presidente. O PSL era um partido que informalmente é classificado como “cartorial”, porque tinha “proprietário”, o próprio Bivar.

Tanto que na primeira crise com o ex-presidente, os bolsonaristas tentaram assumir o comando mas não conseguiram. Luciano Bivar continuou no comando e Bolsonaro, presidente da República, foi quem saiu.

Fusão e confusão

Para 2022, o deputado pernambucano garantiu um dos maiores acordos de fusão partidária de que se tem notícia na história recente do país. O PSL se uniu ao DEM e os dois formaram o União Brasil. O problema é que não é simples colocar dentro de um mesmo balaio 81 deputados, sete senadores e pensamentos diversos sobre quase todos os assuntos brasileiros.

Não é por acaso que o partido foi apelidado de “Desunião Brasil”.

Todos contra

Mas o que sacramentou a briga da maioria do grupo contra Bivar foi a eleição de 2022. Figuras históricas do DEM, como ACM Neto (BA) e Mendonça Filho (PE) foram prejudicadas por Bivar nas campanhas, por exemplo.

Como era, segundo reclamam os adversários, “dono” do PSL, o presidente nacional acabava extrapolando os limites no União Brasil, tentando agir como proprietário também. As confusões foram muitas e variadas.

Quase ex?

Agora, a tendência é que Bivar perca a presidência para um antigo aliado, Antônio Rueda. O vice de Rueda será ACM Neto.

A previsão é que a mudança seja oficializada ainda esta semana, mas Bivar ainda está na briga para não perder o posto, embora já seja tratado por muitos como ex-presidente.

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