Cena Política

A urgência urgentíssima que esperou sete anos até que o governo mudasse

Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (3)

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Igor Maciel

Publicado em 02/04/2024 às 20:00
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Ver os deputados estaduais criando polêmica em cima do fim das faixas salariais dos Policiais Militares de Pernambuco chega a ser curioso. As faixas salariais foram criadas em 2017 pela gestão Paulo Câmara como uma manobra para não ter que dar aumento a todo mundo. O governador daquela época foi reeleito com o apoio de grande parte dos deputados que hoje estão manobrando para evitar a solução proposta pela gestão Raquel Lyra. O que surpreende é o argumento: eles querem pressa.

Pressa seletiva

O governo propõe acabar com as faixas salariais, que são injustas, consertando a bobagem feita anteriormente, mas dentro da capacidade de pagamento do Palácio. Os deputados, inclusive os que apoiavam o governo que criou as faixas, estão exigindo que elas sejam encerradas rapidamente, logo, em até 90 dias, no maior clima de “é um absurdo que precisa ser aniquilado”. Algumas coisas são tão urgentes, mas tão urgentes, que podem esperar sete anos até que o governo mude para que se possa reclamar.

Escolha

A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, vive um dilema em relação ao próprio partido e à carreira. Ela é presidente nacional do PCdoB, partido que entrou para a federação com o PT e o PV por sobrevivência e, para sair da crise na qual está há anos, precisa ocupar mais espaços e se fortalecer nos estados. Ao mesmo tempo, ocupar o ministério, única pasta a que teve direito na equipe de Lula (PT), é imprescindível para seguir respirando.

Olinda situação

A única grande cidade em Pernambuco em que o partido tem história e tradição para começar a se reerguer nessa eleição de 2024 é Olinda. A cidade foi governada pela sigla entre 2001 e 2017. O melhor período foi o que ela própria, Luciana Santos, assumiu a prefeitura. A única chance do PCdoB em Pernambuco começar a se reerguer é se ela for candidata em outubro.

PT de olho

Mas, como arriscar uma candidatura municipal, abrindo mão do único porto seguro que o partido tem no ministério de Lula? E, sim, já tem gente de olho em Brasília. Para o PT, com seu apetite por cargos públicos, qualquer beco é avenida. Eles querem tudo e, se Lula não garantir que vai manter Ciência e Tecnologia para o grupo de Luciana, os petistas vão pressionar pelo espaço também. Em Olinda, Luciana é competitiva, mas não tem garantia eleitoral de nada. Vai arriscar?

FIG eleitoral

É lamentável que um evento com a estrutura do Festival de Inverno de Garanhuns seja embebido numa briga política que lhe tire o brilho, como corre o risco de acontecer. O prefeito Sivaldo Albino (PSB) recusou a participação do Governo de Pernambuco que, através da Fundarpe, realizava o festival há anos. Um dos panos de fundo é que o líder do governo na Alepe é seu principal concorrente na eleição de outubro. É triste que isso possa comprometer um evento cultural que é um marco de Pernambuco e deveria estar acima de qualquer disputa eleitoral.

Patrocínio

Chamou muita atenção o anúncio da programação do Festival feito individualmente pela prefeitura de Garanhuns. Por enquanto só as atrações nacionais foram anunciadas. Os cantores e bandas nem foram o assunto mais comentado. No canto inferior da propaganda, duas menções bem curiosas: uma ao deputado federal Carlos Veras (PT), como “patrocinador”. A outra do deputado federal Felipe Carreras (PSB), como “apoio”.

Foi do bolso?

A referência a “apoio” até se entende como possível direcionamento de emendas parlamentares. No caso de um deputado federal como “patrocinador”, ele pagou do próprio bolso por alguma atração? A pessoa física Carlos Veras pagou algo do próprio bolso? Um deputado anunciado como “patrocinador” é esquisito, pra dizer o mínimo. Se não foi do próprio bolso, porque dinheiro público está sendo anunciado oficialmente como patrocínio particular?

Marília

Não é novidade que Marília Arraes (SD) iria apoiar João Campos (PSB) no Recife. Isso estava certo, praticamente, desde 2022 quando eles se encontraram e fizeram as pazes. Houve um jantar, na época, que selou a paz. O que resta saber é sob que tipo de acordo o anúncio foi feito para a disputa de 2024.

Qual o acordo?

No caso do MDB, foram oferecidos espaços que nem estão disponíveis na prefeitura e até promessas para 2026 entraram na negociação. Depois de todas as acusações trocadas na guerra entre primos que foi a eleição de 2020, quando disputaram o segundo turno da eleição, que terá sido prometido para Marília e para o Solidariedade dessa vez?

Ver os deputados estaduais criando polêmica em cima do fim das faixas salariais dos Policiais Militares de Pernambuco chega a ser curioso. As faixas salariais foram criadas em 2017 pela gestão Paulo Câmara como uma manobra para não ter que dar aumento a todo mundo. O governador daquela época foi reeleito com o apoio de grande parte dos deputados que hoje estão manobrando para evitar a solução proposta pela gestão Raquel Lyra. O que surpreende é o argumento: eles querem pressa.

Pressa seletiva

O governo propõe acabar com as faixas salariais, que são injustas, consertando a bobagem feita anteriormente, mas dentro da capacidade de pagamento do Palácio. Os deputados, inclusive os que apoiavam o governo que criou as faixas, estão exigindo que elas sejam encerradas rapidamente, logo, em até 90 dias, no maior clima de “é um absurdo que precisa ser aniquilado”. Algumas coisas são tão urgentes, mas tão urgentes, que podem esperar sete anos até que o governo mude para que se possa reclamar.

Escolha

A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, vive um dilema em relação ao próprio partido e à carreira. Ela é presidente nacional do PCdoB, partido que entrou para a federação com o PT e o PV por sobrevivência e, para sair da crise na qual está há anos, precisa ocupar mais espaços e se fortalecer nos estados. Ao mesmo tempo, ocupar o ministério, única pasta a que teve direito na equipe de Lula (PT), é imprescindível para seguir respirando. 

Olinda situação

A única grande cidade em Pernambuco em que o partido tem história e tradição para começar a se reerguer nessa eleição de 2024 é Olinda. A cidade foi governada pela sigla entre 2001 e 2017. O melhor período foi o que ela própria, Luciana Santos, assumiu a prefeitura. A única chance do PCdoB em Pernambuco começar a se reerguer é se ela for candidata em outubro. 

PT de olho

Mas, como arriscar uma candidatura municipal, abrindo mão do único porto seguro que o partido tem no ministério de Lula? E, sim, já tem gente de olho em Brasília. Para o PT, com seu apetite por cargos públicos, qualquer beco é avenida. Eles querem tudo e, se Lula não garantir que vai manter Ciência e Tecnologia para o grupo de Luciana, os petistas vão pressionar pelo espaço também. Em Olinda, Luciana é competitiva, mas não tem garantia eleitoral de nada. Vai arriscar?

FIG eleitoral

É lamentável que um evento com a estrutura do Festival de Inverno de Garanhuns seja embebido numa briga política que lhe tire o brilho, como corre o risco de acontecer. O prefeito Sivaldo Albino (PSB) recusou a participação do Governo de Pernambuco que, através da Fundarpe, realizava o festival há anos. Um dos panos de fundo é que o líder do governo na Alepe é seu principal concorrente na eleição de outubro. É triste que isso possa comprometer um evento cultural que é um marco de Pernambuco e deveria estar acima de qualquer disputa eleitoral.

Patrocínio

Chamou muita atenção o anúncio da programação do Festival feito individualmente pela prefeitura de Garanhuns. Por enquanto só as atrações nacionais foram anunciadas. Os cantores e bandas nem foram o assunto mais comentado. No canto inferior da propaganda, duas menções bem curiosas: uma ao deputado federal Carlos Veras (PT), como “patrocinador”. A outra do deputado federal Felipe Carreras (PSB), como “apoio”.

Foi do bolso?

A referência a “apoio” até se entende como possível direcionamento de emendas parlamentares. No caso de um deputado federal como “patrocinador”, ele pagou do próprio bolso por alguma atração? A pessoa física Carlos Veras pagou algo do próprio bolso? Um deputado anunciado como “patrocinador” é esquisito, pra dizer o mínimo. Se não foi do próprio bolso, porque dinheiro público está sendo anunciado oficialmente como patrocínio particular?

Marília

Não é novidade que Marília Arraes (SD) iria apoiar João Campos (PSB) no Recife. Isso estava certo, praticamente, desde 2022 quando eles se encontraram e fizeram as pazes. Houve um jantar, na época, que selou a paz. O que resta saber é sob que tipo de acordo o anúncio foi feito para a disputa de 2024. 

Qual o acordo?

No caso do MDB, foram oferecidos espaços que nem estão disponíveis na prefeitura e até promessas para 2026 entraram na negociação. Depois de todas as acusações trocadas na guerra entre primos que foi a eleição de 2020, quando disputaram o segundo turno da eleição, que terá sido prometido para Marília e para o Solidariedade dessa vez?


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