A oposição tem uma estratégia e Michele Collins é peça importante do plano
O objetivo é alcançar uma meta setorial entre os eleitores que hoje declaram voto em Campos, cada opositor em sua área específica.
Com boa intenção de votos nas pesquisas, João Campos (PSB) tem um grande bônus no Recife em sua campanha de reeleição. Ele já parte com vantagem ampla. Mas um dos ônus da quase unanimidade é a variedade de personalidades dos eleitores, o que abre um espaço para os variados candidatos adversários.
Variedades
Partindo de 75% das intenções, como demonstrou pesquisa recente, significa que Campos tem eleitores dispostos a votar nele mesmo que sejam da esquerda, mesmo que sejam da direita ou de centro, evangélicos, bolsonaristas e até defensores do meio ambiente.
É aí que entra a estratégia da oposição, e a variedade importante dos candidatos.
Setores
Daniel Coelho (PSD) os partidários de Raquel Lyra (PSDB) e uma parte importante do centro. Dani Portela (PSOL) puxa os descontentes do PT e a esquerda que não aceita o histórico do PSB durante o impeachment de Dilma (PT). Gilson Machado (PL) pode atrair os bolsonaristas, mas talvez não seja suficiente para trazer os evangélicos. É nesta necessidade que entra a vereadora Michele Collins (PP).
E é por isso que a entrada dela na campanha, prestes a ser anunciada, pode fechar o planejamento da oposição.
À vitória
É claro que os candidatos vão visitar a cidade, falar sobre a cidade e cobrar melhorias para a cidade, mas o objetivo paralelo precisa ser alcançar uma meta setorial dentro do universo de eleitores que hoje declaram voto em Campos, cada candidato em sua área específica.
Se conseguirem levar a disputa para o segundo turno, já será uma vitória.
Governador do ES
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), falou com exclusividade ao Passando a Limpo, na Rádio Jornal, e deu uma aula de governança e compromisso público, para quem quisesse ouvir, e direcionada especificamente à equipe do governo Lula (PT).
É bom lembrar que Casagrande está em seu terceiro mandato no estado e integra o PSB, aliado dos petistas no governo, mas não poupou o presidente.
"Quando ele, na minha avaliação, erra, bate cabeça em setores do governo, é bom que a gente fale. Todo mundo tem que saber que não tem caminho em um país, num estado, município, se não tiver equilíbrio das contas. Isso é fundamental para que a gente conquiste o resultado", pontuou o governador.
Conselho 1
Os conselhos de Renato Casagrande ao presidente Lula, que deveriam ser ouvidos com atenção, são no sentido de moderação e equilíbrio. De entender que não existe investimento social se a economia estiver descontrolada.
"O governo não pode, muitas vezes, deixar de aplicar recursos na área social, por exemplo, mas tem que dar demonstração de forma unificada de que está buscando equilíbrio das contas públicas. Quando você tem as contas equilibradas, isso permite que você leve obras e serviços para a população", disse.
Conselho 2
A orientação do governador do Espírito Santo na entrevista à Rádio Jornal é muito próxima do que vem dizendo o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
"O governo federal, mesmo que não tenha o equilíbrio das contas em um governo de quatro anos, tem que demonstrar claramente que não descuida disso. Tem que dizer 'olha, não dá pra conseguir isso esse ano porque temos que continuar pagando essa despesa aqui, esse investimento na área social', mas o governo não pode dar sinais de que não tem preocupação com isso. Minha observação é essa, ninguém pode ter dúvida de que o governo todo está buscando esse equilíbrio", disse Casagrande.
Haddad
Não por acaso, Casagrande defendeu muito o ministro Haddad quando perguntado sobre o “fogo amigo” que o petista sofre da cúpula petista.
"Ele (Haddad) ajuda o presidente Lula a transmitir confiança, credibilidade. Nossa posição é de fortalecimento. Tenho plena convicção de que o presidente Lula não tem nenhuma razão para fazer mudança com relação ao ministro Haddad", finalizou.