O candidato do Palácio e a entrada da governadora em campanha

Depois de entrar na campanha de Caruaru, governadora Raquel Lyra (PSDB) é esperada em eventos da campanha de Daniel Coelho (PSD) no Recife.

Publicado em 26/08/2024 às 20:00

A incursão da governadora Raquel Lyra (PSDB) por Caruaru, em eventos de campanha no fim de semana, veio logo após um momento de impasse da candidatura de Rodrigo Pinheiro (PSDB), atual prefeito e candidato à reeleição. Do ponto de vista estratégico foi uma decisão acertada.

Por culpa do próprio Rodrigo na pré-campanha, a candidatura do ex-prefeito José Queiroz (PDT) se fortaleceu com aliados que o candidato do Palácio praticamente esnobou. O resultado foram pesquisas mostrando uma aproximação do pedetista, que também conquistou quase o dobro do tempo de Rádio e TV no guia eleitoral. Ao mesmo tempo, atitudes de Pinheiro com Raquel no passado provocaram a ideia de que ela estaria apoiando o prefeito “contra a própria vontade” ou por “falta de opção”.

A visita a Caruaru era essencial para mandar o recado de que ele tem o real apoio do Palácio e que ela, pessoalmente, está empenhada na campanha. Por isso os eventos, carreatas e entrevistas realizadas por lá foram como um ponto de partida e uma injeção de ânimo na equipe.

Mas a entrada da governadora na campanha em Caruaru também despertou uma dúvida sobre quando ela pretende mergulhar na campanha de Daniel Coelho (PSD) no Recife. E alguns questionam se esse mergulho vai realmente acontecer em algum momento.

Recife

Basta pegar as manchetes dos jornais dos últimos dias para observar que Daniel tem feito questão de colocar a aliada mais poderosa na campanha e não deixa de citá-la. “Em agenda neste domingo, Daniel Coelho enfatiza iniciativas do governo Raquel Lyra e alfineta a concorrência”, foi a chamada do JC, por exemplo. Pelas redes há postagens em que o candidato visita áreas beneficiadas pelo estado e fala nas ações da gestão atual como o abastecimento de água.

O que não há, ainda, nessas andanças é a própria Raquel. E há quem especule que não haverá muito empenho por causa do favoritismo de João Campos (PSB) na capital.

No momento certo

Mas haverá sim, ao menos segundo fontes palacianas. A coluna apurou que a governadora vai entrar pessoalmente na campanha de Daniel também e participará de atos com ele, do jeito que aconteceu em Caruaru.

Essa fonte lembrou que a governadora já trabalhou bastante para atrair partidos que formaram a coligação de apoio ao seu ex-secretário de Turismo e já demonstrou estar comprometida em várias oportunidades, inclusive na negociação com o PP de Eduardo da Fonte, que acabou apoiando Daniel.

Mas o Palácio julga que a campanha no Recife vai esquentar mesmo após o próximo fim de semana, com o início do guia eleitoral. Aguardemos, pois.

Campos

Esta mesma fonte aproveitou para fazer uma provocação: “Alguém já viu João Campos em eventos com candidatos fora do Recife? Mesmo aqueles com os quais ele se envolveu na formação das chapas?”.

O questionamento é uma provocação porque Campos vendeu para alguns aliados que seria candidato ao governo e usou isso para garantir que, praticamente reeleito na prefeitura, ajudaria nas campanhas em alguns municípios, mas até agora tem mandado o irmão, Pedro Campos, sempre que é chamado.

O comentário é que ele estaria preocupado em não “manchar” uma “grande vitória” no Recife com o apoio a candidatos que podem ser derrotados fora da capital.

Democracia e…

No assunto Venezuela, o presidente Lula (PT) vai ficar o tempo que for necessário cobrando as atas eleitorais. E todo mundo acredita que elas nunca serão entregues. O tempo que for necessário é para que a opinião pública esqueça o assunto e se possa voltar a falar na democracia como “algo relativo”.

…condescendência

Desde a votação, que completa um mês esta semana, a União Europeia e os EUA se recusaram a reconhecer Maduro como eleito. Várias provas de fraude eleitoral implicaram o ditador e agora um membro do conselho eleitoral, aquele controlado pelos chavistas, resolveu se declarar admitindo que não há evidências da vitória de Maduro.

Mesmo assim, Lula e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, seguem repetindo que esperam as atas para poder dizer o que pensam sobre a Venezuela.

Ser condescendente com ditaduras é algo democrático?

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