Raquel Lyra e a necessidade de seguir fazendo política após as eleições

Se houver acomodação, vai se repetir a receita que levou o prefeito do Recife a ser reeleito com quase 80% dos votos, que é deixar ele correr sozinho.

Publicado em 16/10/2024 às 20:00

Um parlamentar pernambucano em conversa com a coluna resumiu assim a situação da disputa entre Raquel Lyra (PSDB) e João Campos (PSB) por protagonismo eleitoral em 2024: “A governadora começou a fazer política e o resultado foi impressionante. Venceu o primeiro round, ampliando influência sobre as prefeituras. O segundo round é o segundo turno e ela se encaminha para vencer de novo em Paulista, com certeza, e talvez em Olinda”.

Alerta

Mas o político, que não é da base da governadora e nem apoia o PSB, fez também um alerta importante. Segundo ele, o risco agora é ela acreditar que a questão está liquidada e que não precisa mais fazer política até 2026.

Se isso acontecer, segundo ele, vai se repetir a receita que levou o prefeito do Recife a ser reeleito com quase 80% dos votos, que é deixar ele correr sozinho articulando, com a oposição se formando apenas às vésperas do pleito. “Ela pode achar que terminou, o que será um erro, porque ele seguirá fazendo política”.

Contribuição

Para a governadora, é muito importante que o setor responsável pela articulação política de sua equipe faça um levantamento dos derrotados nessas eleições e como eles podem ter seu potencial aproveitado para o Estado. Há deputados da base que apoiaram prefeitos derrotados, mas cujas candidaturas atraíram milhares e milhares de eleitores.

O desafio é não fazer isso do jeito que o PSB costuma fazer, colocando todo mundo em cargos de “assessoria especial” que se assemelham mais a um almoxarifado do que a um conselho consultivo real.

Juntando

Cada qual em sua região, essas lideranças exercem influência e possuem conhecimentos específicos que só os habitantes do lugar podem ter sobre suas necessidades e possibilidades. Fazer política também é ter atenção e trazer para perto aqueles que estão dispostos a contribuir nas discussões, principalmente quando essa atenção pode ser mesclada com um reforço nos apoios regionais ao longo dos próximos anos.

Há sinais

Existem evidências recentes de que o Palácio está atento à necessidade de seguir fazendo política. Uma delas é o evento em que foi anunciado o programa Águas de Pernambuco, na quarta-feira (16), e que reuniu uma quantidade de prefeitos que impressionou quem estava no local.

Além disso, o palanque tinha representantes de partidos que nem integram a base do Palácio, atentos à repercussão das ações do estado em seus municípios.

Sabatinas

O Sistema Jornal do Commercio deu início a uma série de sabatinas com os candidatos às prefeituras de Olinda e Paulista, onde há segundo turno nas eleições deste ano em Pernambuco.
O primeiro a passar pelo estúdio da TV Jornal, onde todas as entrevistas serão realizadas, foi o postulante ao cargo de prefeito em Olinda. Vinicius Castello (PT) demonstrou conhecer bem a cidade e aproveitou muito bem o tempo.

O candidato tem facilidade para se expressar, bom domínio dos temas que foram colocados, além de ter cumprido um objetivo importante que é relacionar o prefeito do Recife, João Campos (PSB) a sua candidatura.

Cidades irmãs

Em certo ponto, Castello disse que já havia conversado com o socialista para garantir que, se eleito, Olinda e Recife sejam cidades irmãs de verdade e não apenas no título.

Nesta quinta-feira (17) é a vez de Mirella Almeida, candidata do PSD, ser sabatinada no TV Jornal Meio Dia, da TV Jornal.

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