Raquel Lyra no ataque para viabilizar resultados e correr contra o tempo

A governadora passou dois anos entre arrumar a casa, buscar dinheiro, elaborar e lançar projetos. Agora está indo atrás de colher resultados.

Publicado em 13/12/2024 às 20:00
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A governadora Raquel Lyra (PSD) disse que vai acelerar as entregas em 2025. Postura corporal em uma entrevista diz muito sobre o ânimo daquilo que se fala e, muitas vezes, indica até que ponto o sujeito está disposto a transformar, mesmo, o verbo em ação. O colunista estava sentado bem ao lado e acompanhou isso durante a entrevista desta sexta-feira (13) com um balanço do ano feito pela gestora.

Raquel permaneceu por todo o tempo com as duas mãos sobre a mesa, a entrevista inteira. A posição, nada defensiva, é a de quem está atacando as questões e enfrentando elas sem subterfúgios. Comparando com a entrevista de 2023, nesta mesma época, com os mesmos entrevistadores, houve mudança significativa.

Na arrumação

Há um ano, a governadora estava ainda prometendo que o pior havia passado e as entregas iriam começar no ano seguinte, mas não passava segurança nisso por não tinha nada visível.

A postura refletia o momento, era mais recostada à cadeira, e o falar mais compassado, tendo que explicar cada ação e justificar a falta de resultados que era cobrada por todos em Pernambuco.

Estava precisando arrumar a casa, não podia oferecer muito e parecia pedir “desculpas pelo transtorno”, mas garantiu que seria diferente no ano seguinte.

Agora

Em 2024 mudou. Durante a entrevista, realizada outra vez na Rádio Jornal, a governadora só usou o encosto da cadeira nos intervalos. Estava atenta, ativa e elétrica.

A expressão era a de quem estava ligada na tomada, falando com rapidez, querendo aproveitar cada minuto. À frente dela havia blocos de papel separados por setor, aos quais ela raramente recorria quando necessário, mas demonstravam que ela está preparada para defender a gestão.

Os blocos, sobrepostos, tinham separações temáticas: Saúde, Educação, Infraestrutura e Habitação, entre outros. Na capa, a designação “Governo Raquel Lyra - Balanço de 2024”.

No ataque

Em determinado momento, no intervalo, a equipe dela no estúdio brincou com a avidez da chefe. Raquel sorriu, perguntou se estava falando rápido demais e continuou.

A disposição para atacar os problemas envolve uma preocupação direta com a Região Metropolitana. A governadora se comprometeu com algo importante durante a entrevista, vai reativar o Conselho Metropolitano.

Garantiu ainda que vai cumprir a promessa de resolver a situação do Metrô do Recife, que nem é responsabilidade direta do Estado.

Listou obras realizadas, enumerou viagens que fez à Brasília em busca de recursos (62) e agradeceu ao senador Humberto Costa (PT) pela participação no caso dos prédios-caixão com risco de desabamento.

PSDB e PT

Este aceno ao PT não foi o único. A governadora deu outras demonstrações de sua aproximação com o Palácio do Planalto ao longo da conversa.

Questionada sobre trocar de partido, garantiu que não há nada certo e tudo ainda está sendo discutido. Não descartou sair do PSDB e criticou a forma da oposição que os tucanos fazem ao governo Lula (PT), defendendo que é preciso ajudar o país e o presidente no cargo para que o Brasil avance.

Popularidade

A governadora avaliou ainda a pesquisa em que aparece com 54% de aprovação e 42% de reprovação.

Questionada sobre os números, foi direta: “Dá mais votos se eu investir em propaganda? É claro. Eu podia estar fazendo outra coisa que aparentemente pudesse dar uma resposta mais rápida do ponto de vista de aprovação popular, mas aí eu não faria a mudança para a qual eu fui eleita”, argumentou.

Para frente

Raquel está no ataque, passou dois anos entre arrumar a casa, buscar dinheiro, elaborar e lançar projetos. Agora demonstra a empolgação necessária para colocar um capacete na cabeça e sair visitando obras.

Se a burocracia permitir, o plano é chegar ao fim do ano com grandes realizações em todos os setores mais importantes do Estado. A perspectiva aponta para isso. Há dinheiro em caixa e muita energia para as entregas. 

Resta saber se a velocidade será suficiente para cobrir tantas necessidades acumuladas ao longo dos anos.

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