O papel mais ativo da governadora Raquel Lyra na articulação política

Não é que a gestora deva mergulhar nas negociações e desempenhar o trabalho da Casa Civil, mas ela abre caminhos e isso pode ser o que faltava.

Publicado em 20/12/2024 às 20:00
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A governadora Raquel Lyra (PSDB) vem afirmando nesse fim de 2024 que o ano de 2025 será de acelerar os investimentos e a colheita do que vem sendo plantado no estado. É importante. Mas algo que também vem sendo dito é que ela está mais disposta a fazer política e se fazer presente na articulação política.

Caso isso seja levado à prática sem que a equipe de articulação mude, descobriremos se as dificuldades anteriores foram um problema do grupo com essa responsabilidade ou da ausência da governadora.

Presença

Não é que a gestora deva mergulhar nas negociações e desempenhar o trabalho da Casa Civil, mas ela abre caminhos e isso pode ser o que faltava.

Durante a festa de confraternização do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto (PSDB), a chegada dela e da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) ao local deixou alguns ainda surpresos. Isso é ela abrindo possibilidades.

Fala-se bastante sobre uma reconstrução da ponte entre o Palácio e a Alepe, mas a chegada de Raquel à festa tornou a mudança palpável para um público maior pela primeira vez este ano.

Surpresa

Porque não era um evento protocolar, oficial, isso foi diferente. Estavam lá os deputados em sua maior parte, mas não era a confraternização da Alepe.

Foi um evento destinado a celebrar o grupo do presidente e de seu filho, Gabriel Porto, que os comentários de bastidor apontam para uma candidatura a deputado em breve. Era natural que o prefeito João Campos estivesse presente, por causa da aliança que Porto e o PSB têm cultivado nos últimos tempos.

Quando Raquel chegou, apesar de ser algo esperado, houve quem ficasse surpreso.

Lentidão ainda

Agora, com a governadora abrindo os caminhos, é esperar para ver como a equipe de articulação irá trabalhar.

No próprio evento, a coluna ainda ouviu pequenas queixas. O PT, por exemplo, espera por uma conversa com o Palácio.

Até aconteceu algo nos últimos dias, envolvendo parlamentares petistas, mas ainda é aguardada uma conversa com Humberto Costa (PT), que vai tentar a reeleição para o Senado em 2026 e é a maior liderança do partido no estado. Isso ainda não ocorreu.

Segue

Da parte da própria Alepe ainda há reclamações que a coluna apurou. Desencontros na hora de enviar documentos, dificuldade de diálogo e, curiosamente, ainda a mesma reclamação que havia na primeira parte do governo Paulo Câmara, de que se negocia algo com os emissários e eles não têm autoridade para falar pela governadora. Algo que, na época de Paulo, só foi resolvido quando assumiu o ex-secretário José Neto, que “falava pelo governador”, como se dizia à época.

Apesar de tudo, todos são unânimes em admitir que a relação melhorou.

Escolados

Existe algo em relação a prefeitura de Caruaru que não deixa de ser lembrado por quem esteve na época em que a governadora foi prefeita. É que, até agora, Raquel Lyra está replicando no governo todas as ações e, não por acaso, todos os resultados alcançados por lá. Os administrativos e os políticos.

No primeiro mandato municipal ela também teve dificuldade com o Legislativo, também teve dificuldade para mostrar resultados até o segundo ano e foi desacreditada publicamente. Depois, organizou tudo, a política e a administração. Terminou reeleita com quase 70% dos votos.

Mesmo que muitos estejam impacientes, ninguém quer apostar contra ela para evitar prejuízo depois.

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