A prioridade do PT em Pernambuco não atendida ainda pelos aliados

Você que lê esse texto deve estar pensando: "qual a grande força do PT em Pernambuco para todo mundo querer seu apoio?". A resposta é "Lula".

Publicado em 24/12/2024 às 20:00
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Em entrevista à Rádio Jornal, o senador Humberto Costa, que hoje é a maior liderança do PT em Pernambuco, deixou muito claro qual o parâmetro que será utilizado pelo partido para definir seu apoio em 2026. Tudo depende de quem vai oferecer as melhores condições para alcançar o principal objetivo petista: a renovação do mandato de senador, hoje com o próprio Humberto.

Querem

Tanto Raquel Lyra (PSDB) quanto João Campos (PSB) estão fazendo movimentos em suas estruturas administrativas para ter a aproximação dos petistas. Você que lê esse texto deve estar pensando: “qual a grande força do PT em Pernambuco?”. A resposta é “Lula”. O estado no qual o presidente apresenta suas maiores taxas de aprovação é em Pernambuco. E é onde a rejeição é mais baixa segundo alguns institutos de pesquisa. Ter o apoio dele ajuda muito alguém que deseja ficar mais quatro anos no governo ou pretende chegar pela primeira vez.

Menos promessa…

Humberto, porém, deixou claro na entrevista que o caminho pode não ser distribuir e tentar amarrar o partido desde já sem dar qualquer garantia em relação ao Senado. A renovação do mandato, pelo visto, é prioridade para Lula, mais do que espaço em secretarias. O senador chegou a contar de uma conversa com o presidente em que ele afirmou preferir ter um senador a mais no Congresso, para facilitar a aprovação de projetos, do que cinco governadores. Se a conta for essa, de verdade. Algumas secretarias no Recife ou no Estado, não vão convencer.

…menos conversa

O entendimento não é exclusivo de Humberto. Recentemente, já foi citado aqui, a governadora recebeu os deputados estaduais petistas para conversar no Palácio. O papo foi o melhor possível. Doriel Barros (PT), João Paulo (PT) e Rosa Amorim (PT) saíram extremamente satisfeitos. Depois disso, questionada se o movimento significava que o PT estava se aproximando do Palácio, uma fonte no partido lembrou a prioridade: “falta ela conversar com Humberto Costa sobre o Senado”.

Há vagas?

O mesmo vale para João Campos. Não adianta separar secretarias e oferecer cargos. Nem toda a conversa e promessa do mundo valerá enquanto não for assegurado apoio para a reeleição petista no Senado. E isso precisará ser mais público do que vem sendo até o momento. Tanto de um lado quanto do outro há mais candidatos a senador do que vagas. E todo mundo sabe disso. Há alguns meses, quando Campos fez uma foto e já apareceu com Miguel Coelho (UB) e Silvio Costa Filho (Republicanos), seguida de comentários não negados de que seria a chapa de 2026, passou a impressão de “van lotada”. Quem estava de fora observou.

Concreto

São duas vagas para o Senado em cada chapa. A situação não é mais fácil no lado do governo. Raquel Lyra tem muita proximidade com o senador Fernando Dueire (MDB) e tem apoio, até hoje fiel, do deputado Eduardo da Fonte (PP), que deseja ser senador. Ela também tem apoio e deve se mudar em breve para o PSD de André de Paula, ministro de Lula que também já foi candidato a senador e pode querer tentar outra vez. Nos dois grupos têm senadores demais e vaga de menos no santinho da propaganda eleitoral. Por isso o PT quer gestos mais concretos do que promessas ou secretarias que amanhã podem ser retiradas.

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