País vai dar ‘basta’
O governo vai mesmo decretar um 'basta!' no vazamento interminável de recursos do Tesouro Nacional para bancar 697 empresas estatais, quase todas imprestáveis. Dados oficiais aos quais teve acesso o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), mostram que 88% das receitas das estatais são consumidos em salários, vantagens e penduricalhos que beneficiam funcionários e diretores. Do total, 'sobram' só 12% para custeio, despesas e investimentos essenciais às empresas. Espantoso, segundo Ricardo Barros, é também o fato de os salários pagos nas estatais serem bem maiores que os de mercado. Outra característica que explica a decadência de quase todas as estatais é que nenhuma delas se submete e todas extrapolam o teto do servidor. Interpretação malandra da Lei considera que salários nas estatais são pagos com 'receita própria', por isso não se sujeitam às regras do teto. A malandragem para driblar o teto consagra uma apropriação indébita: a estatal e suas receitas são dos donos, o povo, e não dos empregados.
Menos casos
Especialistas preveem que agosto será o primeiro mês a terminar com menos casos simultâneos de coronavírus que o mês anterior desde o início da pandemia. A notícia animou o governo e atores do mercado financeiro, que acompanham a redução no número de casos ativos de 818,5 mil em 8 de agosto para 748,2 mil na sexta. A expectativa é que a tendência siga até o fim do mês, abaixo dos 731,2 mil de 1º de agosto. Os casos ativos no Brasil subiram 2,3% este mês. Não se comparam aos 505,4% registrados em maio, quando saltaram de 47 mil para 288 mil. Em junho, os casos ativos passaram para 565,7 mil, alta de 96,2%, e subiram para 731,2 mil ao fim de julho, crescimento de 29,2%. O Brasil já tem 2,7 milhões de pessoas recuperadas do coronavírus e as curas têm superado as novas infecções há mais de duas semanas.
O futuro
Líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), recusa retaliar aliados que tentaram derrubar o veto. Mais importante para ele é reunir uma bancada de 49 senadores para garantir a maioria qualificada, com objetivo de aprovar projetos da pauta econômica.
Problema
Meter a mão no dinheiro público não é prática de um partido. O Instituto Não Aceito Corrupção já recebeu, pelo Corruptovírus, 70 denúncias de desvios de dinheiro da pandemia em 21 estados de todas as regiões.
Ingenuidade
Ao justificar a decisão de trair o Planalto, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo, disse que tem 'compromissos' com algumas 'categorias do serviço público', aquelas que jamais votariam em tucano.
Piada pronta
A Petrobras, um dos pilares do maior esquema de corrupção do mundo, anunciou com pompa que venceu 'troféu transparência 2020'. O Banco de Brasília (BRB) comemorou 25 mil contas abertas em um mês no banco digital NaçãoBRBFla, lançado em julho junto com o Flamengo. A meta é atingir 1,5 milhão em 5 anos.
Entornou
O presidente Jair Bolsonaro, que já se incomodava com problemática relação de Soraya Thronicke (PSL) com bolsonaristas no Mato Grosso do Sul, não entendeu o voto da senadora pela derrubada do veto.
Frase
Em geral, a tendência no Brasil é de estabilidade ou queda', Mike Ryan, diretor de emergências da OMS, sobre os números da pandemia do Covid-19
Comentários