OPINIÃO

Ao chamar relator da CPI da covid de "vagabundo", Flávio Bolsonaro interrompe a discussão sobre prisão de Wajngarten

A longa suspensão da sessão permitiu aos senadores da CPI negociar a solução de encaminhar o caso Wajngarten para o Ministério Público. Leia a opinião de Cláudio Humberto

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 13/05/2021 às 11:41
EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
Flávio alegou que estava sendo perseguido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro - FOTO: EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

Flávio pode responder

Ao atacar o relator da CPI da covid, chamando-o de "vagabundo", o senador Flávio Bolsonaro (Rep-RJ) ficou sujeito a responder por "quebra de decoro" no Conselho de Ética do Senado. Não será a primeira vez que parlamentares são alvo de denúncias assim, mas no Senado raramente casos de quebra de decoro evoluem para punição grave. Até hoje, só os ex-senadores Luiz Estevão e Demóstenes Torres perderam o mandato, ainda assim porque eram acusados de crimes graves. O presidente da CPI, Omar Aziz, mandou retirar dos autos da sessão de ontem as palavras de Flávio Bolsonaro contra Renan Calheiros. Se foi essa a intenção, Flávio Bolsonaro conseguiu: sua intervenção interrompeu a discussão sobre a prisão de Fábio Wajngarten. A longa suspensão da sessão permitiu aos senadores da CPI negociar a solução de encaminhar o caso Wajngarten para o Ministério Público. A confusão na CPI reverteu a impressão de que o depoimento do ex-secretário tinha sido, de um modo geral, positivo para o governo.

Fiocruz produz IFA. Já o Butantan...

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, adotou a estratégia de produzir o IFA, insumo da vacina, já a partir desta sexta (15), adquirindo autonomia para produção de vacinas contra covid. Já o Instituto Butantan, que teve o mérito de viabilizar a vacina CoronaVac, não investiu na própria autonomia, fixando para 2022 sua produção de IFA. Por isso, o Butantan está longe de cumprir entregas de CoronaVac prometidas em 2020. A previsão eram 60 milhões de doses até fevereiro. No anúncio do acordo, a promessa era 6 milhões de doses em outubro e IFA suficiente para produção de mais 40 milhões até dezembro. As 14 milhões de doses complementares seriam enviadas pelo Sinovac, prontas para aplicação, até fevereiro deste ano, totalizando 60 milhões. Segundo dados divulgados pelo Butantan, foram entregues menos da metade das doses prometidas até fevereiro, antes da "crise diplomática".

Necessário

Toda cautela é necessária sobre a denúncia do bandidaço Sérgio Cabral contra o ministro Dias Toffoli, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Afinal, condenado a mais de 300 anos de prisão por roubar os cofres públicos, ele tenta acordo de delação para obter redução de pena.

Inacreditável

A pesquisa de ontem, indicando Lula à frente de Bolsonaro, não é confirmada por nenhum instituto sério, como o Paraná Pesquisas. Na véspera, a XP/Ipespe, de Antonio Lavareda, indicava o contrário.

Nem o PT

Para Lula somar 55% no 2º turno contra Bolsonaro, ele teria de ter dois em cada três votos em São Paulo e vários estados que sempre votaram contra ele, no auge e antes de ser preso. Nem o PT acredita nisso.

Sem final feliz

Deputados da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte articulam uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar os gastos da governadora Fátima Bezerra (PT) durante a pandemia da covid-19.

Decoro

"Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo que nem Renan Calheiros. Olha a desmoralização", disse o senador Flávio Bolsonaro ontem na CPI. Para Randolfe, foi "quebra de decoro".

Reforma à vista

A Comissão da PEC da Reforma Política aprovou o plano de trabalho da relatora, deputada Renata Abreu (Podemos-SP). Ela garante que o relatório final será apresentado até julho deste ano.

Frase

"Desculpem, mas não serei carcereiro", Presidente da CPI, Omar Aziz se recusa a mandar prender Fábio Wajngarten.

 

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