Opinião

Senador Eduardo Girão quer aproveitar a reforma eleitoral para reduzir o número de parlamentares

Ele também resolveu futucar em outros vespeiros, ao defender o fim do foro privilegiado, bem como imposição de mandatos a ministros do Supremo. Além, claro, da criação da CPI da Lava Toga. Leia os destaques de Cláudio Humberto

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 16/08/2021 às 7:05
EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
Senador Eduardo Girão - FOTO: EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

Girão defende Lava Toga

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) defendeu uma proposta pouco popular no Congresso, mas que faz sucesso entre os eleitores: ele quer aproveitar a reforma eleitoral, já aprovada na Câmara, para reduzir o número de parlamentares, que hoje somam 513 deputados e 81 senadores. Ele também resolveu futucar em outros vespeiros, ao defender o fim do foro privilegiado, bem como imposição de mandatos a ministros do Supremo. Além, claro, da criação da CPI da Lava Toga. Em agosto de 2020, o senador Jorge Kajuru (Patriotas-GO) entregou ao presidente do Senado sua proposta de CPI. Está no fundo da gaveta. PEC do senador Lasier Martins (Pode-RS) apoiada por Girão, fixa mandato de oito anos, sem recondução, para os ministros do STF. A proposta de mudanças no STF inclui alteração nas regras de escolha de ministros, criando um filtro que privilegia a qualificação. Políticos temem desagradar ministros do STF. Afinal, metade da Câmara e boa parte do Senado figuram em processos que tramitam na Corte.

Reforma salva Rede de Marina

A reforma eleitoral aprovada na Câmara em primeiro turno, que ameaça com o retrocesso das coligações, pretende dar uma baita colher de chá à Rede, partido de Marina Silva, e outros "nanicos" em vias de extinção por falta de votos. A Rede tem "ativos" valiosos, como suas relações com o Supremo, onde obtém quase tudo que deseja, e a ligação à causa ambientalista. Após 2018, quando elegeu só um deputado, entrou em declínio. As perspectivas para 2022 são ruins, mas resta a coligação. Com a volta das coligações e a criação da "federação de partidos", agora é oficial: programas e ideologias serão secundários. A reforma estabelece, na prática, que partidos vão se aliar para faturar melhor no "rachuncho" dos fundos eleitoral e partidários bilionários. Coligação e "federação" preservam negócios gerados por partidinhos de aluguel. Na venda de tempo na TV, por exemplo, muitos ganham muito.

Os pequenos

Atualmente, dez partidos (PTB, Podemos, Psol, Novo, Avante, PCdoB, Cidadania, Patriota, PV e Rede) não atingem a exigência mínima da cláusula de barreiras para 2022: eleger 11 deputados federais.

Bom senso

O jornalista Glenn Greenwald mostra como as diferenças de ideias devem permanecer nisso, nas ideias. Disse achar "repugnantes" Roberto Jefferson e Daniel Silveira. Porém, "continuo preocupado com perigos de uma prisão sem julgamento: pode ser usada contra qualquer um".

Dois pesos

Ex-presidente do PT, Rui Falcão acusou o STF de revogar a presunção de inocência e de gestar "um perigoso estado de exceção". Isso, em 2016. Deve ter escapado por tratar de Lula, não de Roberto Jefferson.

Desfavorável

O ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ) também escapou de represália, em 2018, ao exercer sua liberdade de expressão: "Tem de fechar o Supremo Tribunal Federal!". O vídeo foi publicado no Facebook.

Linhas curvas

O deputado Vitor Hugo (PSL-GO) cobrou do presidente do Senado a votação do pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, após mandar prender Roberto Jefferson. "E aí, Rodrigo Pacheco? Dentro das quatro linhas? Vai sair da inércia?".

Conta

Estudo encomendado pela CUT acusa a Lava Jato de retirar do Brasil R$172,2 bilhões em investimentos, R$ 47,4 bilhões em impostos e ainda causar 6,5 milhões de demissões. Faltou incluir na conta as dezenas de bilhões que a turma do PT meteu no bolso.

Frase

"Acho que nós chegamos a um ponto de equilíbrio interessante" - Paulo Guedes sobre a reforma do IR criticada por empresários por aumentar impostos e por estados e municípios por diminuir.

 

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