Opinião

O governo não foi surpreendido com os R$89 bilhões a serem pagos em precatórios em 2021

Desconfiam no Planalto que o valor inédito dos precatórios objetivaria tirar do governo R$50 bilhões em investimentos no ano eleitoral de 2021. Leia os destaques de Cláudio Humberto

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 31/08/2021 às 7:22
MARCOS SANTOS/USP IMAGENS
Governo planeja furar teto de gastos para pagar auxílio de R$ 400 - FOTO: MARCOS SANTOS/USP IMAGENS

Governo foi avisado dos precatórios em junho

O governo não foi surpreendido com os R$89 bilhões a serem pagos em precatórios em 2021. Fontes do Supremo Tribunal Federal informaram a esta coluna que em junho o Ministério da Economia foi informalmente avisado desse montante, afinal oficializado em julho. O secretário do Tesouro, Jeferson Bittencourt, disse que esperava um máximo de R$45 bilhões, considerando os valores históricos, e diz ter sido surpreendido. Diz-se na Justiça que o "aviso informal" de junho dava tempo de negociar até o parcelamento dos precatórios, mas o governo não se mexeu. Desconfiam no Planalto que o valor inédito dos precatórios objetivaria tirar do governo R$50 bilhões em investimentos no ano eleitoral de 2021. O ministro Paulo Guedes (Economia) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, querem que o ministro Luiz Fux seja o árbitro dessa questão.

'Dança nas cadeiras'

O Itamaraty promove uma "dança nas cadeiras" em razão de suas prioridades. Orlando Leite Ribeiro, assessor internacional da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai para o lugar certo: a embaixada em Pequim, China, principal cliente do agronegócio brasileiro. Já o elogiado diplomata Alexandre Parola lidera as apostas para trocar a missão do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) pela embaixada em Berlim. Cláudia Fonseca Buzzi será embaixadora em Berna, na Suíça. Paulo Estivallet de Mesquita, embaixador em Pequim desde 2018, deve assumir a representação do Brasil na OMC, com sede em Genebra. Já o secretário de Controle Interno do Itamaraty, Marcos Leal Raposo Lopes, deve chefiar a embaixada brasileira em Montevidéu. Bruno Bath substituirá Buzzi na assessoria de relações federativas e com o Congresso, saindo das delegações da Aladi e do Mercosul, no Uruguai.

Extorsão

A Câmara instala nesta terça (31) o grupo de trabalho da reforma dos cartórios, a rentável indústria da desconfiança. Coordenador do grupo, o deputado José Nelto (Pode-GO) ressaltou que, só em Goiás, as taxas subiram 24,28% este ano. "Os brasileiros estão sendo extorquidos", diz.

Irrelevância

Banqueiros e industriais de São Paulo continuam caindo na conversa de "consultores" que os levam a subscrever "manifestos" jamais levados em consideração por qualquer dos Poderes. Nem sequer são lidos.

Malas guardadas

Fala do ex-deputado fujão Jean Wyllys dizendo que só volta ao Brasil quando "a gente" derrotar Bolsonaro foi ironizada pelo senador e ex-presidente Fernando Collor. "Eita, vai morar fora um bom tempo ainda".

Mentira

Ao publicar um vídeo com várias entrevistas e pronunciamentos de João Dória, o deputado José Medeiros (Pode-MT) disse que é de se "tirar o chapéu" para o governador de SP. "Em matéria de mentira, já está quase um petista, mente com firmeza que nós pensamos ser verdade", disse.

Alô, Aziz...

O Brasil tem 65% da população vacinada, mas vale a opinião do tarólogo prevendo que, sem máscaras, será o caos. Recorrendo a métodos sem comprovação científica, o "vidente dos famosos" vai acabar na CPI.

Direito

A deputada Janaína Paschoal entende a preocupação com comandantes que apoiam manifestações, mas critica ideia de "punir policiais em folga, sem farda e sem arma que, individualmente, queiram se manifestar".

Frase

"Economia apoia muito a solução dos ministros Fux e Bruno Dantas". Paulo Guedes sobre a ideia de estabelecer limite anual para pagamento de precatórios

 

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