Opinião

Bolsonaro chutou o pau da barraca ao xingar de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes

Bolsonaro mirou em Moraes e de novo acertou no STF, afirmando que não acatará decisões do ministro

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 08/09/2021 às 6:59 | Atualizado em 08/09/2021 às 6:59
PAULO LOPES / AFP
Bolsonaro durante discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, no 7 de setembro - FOTO: PAULO LOPES / AFP

Bolsonaro atira no pé

O presidente Jair Bolsonaro chutou o pau da barraca, mais uma vez, ao xingar de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o inimigo que presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. Bolsonaro mirou em Moraes e de novo acertou no STF, afirmando que não acatará decisões do ministro. A declaração dá o mote para um novo pedido de impeachment. Ele está convencido de que Moraes estaria prestes a, monocraticamente, determinar medidas restritivas contra o presidente da República. O presidente sabe que nenhum brasileiro tem o direito de descumprir decisões judiciais, sob pena de outra acusação: crime de desobediência. O discurso de Bolsonaro na Avenida Paulista foi mesmo "mais robusto" que o de Brasília, mais cedo, mas só por xingar o ministro do STF. Bolsonaro pretende que Moraes arquive inquéritos contra seus aliados, mas sabe que não pode exigir isso. O juiz é senhor dos seus processos.

Novo Código anula crimes eleitorais

O texto de 898 artigos do novo Código Eleitoral, que deve ser aprovado nesta quarta-feira (8) na Câmara, afrouxa as regras de fiscalização, controle e moralidade eleitoral. "Se um partido receber R$ 100 milhões e tiver R$ 20 milhões de incompatibilidade, não terá conta rejeitada, de acordo com o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). "Muitas vezes, tem mau uso milionário e vai receber multa de apenas R$ 30 mil", exemplificou. Marcel van Hattem (Novo-RS) concorda que o texto meio que garante impunidade a quem fizer mau uso do Fundo Eleitoral, por exemplo. Joenia Wapichana (Rede-RR, foto), como os colegas, também questionara dispositivos que flexibilizam até mesmo a punição para compra de votos. "O parlamentar só pode ser cassado se a compra de votos for com uso de violência" diz Wapichana, que vê o processo eleitora fragilizado.

Ato mudo

O "grito dos excluídos", há anos aparelhado pelo PT e seus puxadinhos, ontem em Brasília e na maioria do País fez jus, no máximo, a um cochicho, talvez sussurro.

Cascateiros

Durante semanas difundiram a mentira de que haveria "violência" nas manifestações do dia 7, mas nada houve. Em Brasília, com mais de 400 mil na Esplanada dos Ministérios, não se registrou qualquer ocorrência.

Não é opção

No íntimo, opositores torcem para que nada aconteça a Bolsonaro, pois temem o vice Hamilton Mourão, que, embora carente de votos, é estrategista muito mais frio e intelectualmente mais preparado.

O Golfo é aqui

Delegado Fabrício Oliveira (PSB-SC) fez revelação surpreendente sobre riscos envolvidos na profissão. Segundo ele, um policial do Rio tem 725 vezes mais chances de morrer que um soldado americano em conflito.

Iminente 

Com o dinheiro curto, a busca por investimentos seguros e rentáveis só aumenta. Segundo o consultor Paulo Cunha, a alta na Selic deve levar a uma grande migração das aplicações em renda variável para renda fixa.

Diferenças

A Colômbia não tem mais proibições em relação à entrada de turistas brasileiros no país, nem exige exame negativo. A proibição da entrada de brasileiros na Venezuela durante a pandemia parece não ser problema.

Frase

"Não quero ruptura entre os Poderes" - Presidente Jair Bolsonaro em discurso na Esplanada dos Ministérios no 7 de setembro.

 

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