Coluna Cláudio Humberto

Orçamento 2023 ficará com o centrão e o governo

A articulação garantiu o cargo mais importante, de relator, para o senador Marcos do Val (Podemos-ES). O Planalto o tem como uma incógnita: apoia o governo Bolsonaro, mas é considerado independente

Ana Maria Miranda
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Ana Maria Miranda
Publicado em 02/06/2022 às 11:10
Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Marcos do Val (Podemos-ES) garantiu cargo de relator da mesa diretora da Comissão Mista de Orçamento (CMO) - FOTO: Jefferson Rudy/Agência Senado

A Comissão Mista de Orçamento (CMO), do Congresso Nacional, definiu nesta quarta-feira (1º) os cargos da mesa diretora da comissão, que se juntam ao deputado Celso Sabino (União-PA), eleito presidente em maio. Mas a articulação garantiu o cargo mais importante, de relator, para o senador Marcos do Val (Podemos-ES). O Planalto o tem como uma incógnita: apoia o governo Bolsonaro, mas é considerado independente. Em maio, o ex-ministro da Saúde de Dilma Marcelo Castro (MDB-PI) tinha certeza de que seria o relator do Orçamento de 2023. Perdeu. Castro ficou de fora da CMO em razão do "conjunto da obra": deixou o Ministério da Saúde para votar contra o impeachment de Dilma. Filho da senadora Kátia Abreu (PP-TO), amiga de Dilma, o senador Irajá (PSD-TO) será o primeiro vice-presidente. Tem potencial de encrenca. A segunda e terceira vice-presidências da CMO foram entregues a dois parlamentares do PT. Se o governo bobear, dança.

Plus a mais

O Auxílio Brasil tem um benefício que premia com parcela única de R$ 1 mil e mais doze de R$ 100 estudantes de famílias do programa que se destaquem em competições acadêmicas e científicas nacionais.

Ministério da Verdade

A mais recente ameaça do ministro Alexandre de Moraes, de "cassar" a candidatura de políticos que se utilizem de supostas "fake news", claramente endereçada ao presidente da República, já levou políticos no Congresso a estabelecerem relação do comportamento do vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral com o assustador "Ministério da Verdade", descrito por George Orwell em seu premonitório livro "1984". A principal crítica às ameaças de Moraes decorre da dúvida sobre quem ou o que definirá o que é "fake" ou falso em uma campanha eleitoral. Lula mentiu a uma rádio dizendo que Alckmin foi contra o impeachment de Dilma. A fake news "cassaria" ou a ameaça não vale para o petista? O clássico de Orwell relata um mundo totalitário que controla o cidadão e cujo "Ministério da Verdade" está longe da função de divulgar a verdade.

Lorotas

Um dos gerentinhos que mandam na Petrobras, definindo inclusive sua política de preços e lucros sem
limites, contou lorotas na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, ontem. Deixou deputados abismados com a afirmação de que a Petrobras "mantém equilíbrio nos preços".

Mãos limpas

O partido Novo devolveu de R 87,7 milhões que lhe foram destinados pelo indecoroso Fundão Eleitoral. É
mais dinheiro que a previsão de gastos da Polícia Federal com segurança dos candidatos a presidente.

TSE camarada

A poucos dias do primeiro turno, em setembro de 2018, o TSE autorizou a coligação do PT a manter o nome do então presidiário Lula no material de campanha: "Haddad é Lula", com tipologia maior que o nome da vice.

Terceira via

No jingle do ato de pré-candidatura do União Brasil coube tudo: rima (Luciano) Bivar com engrenar, fala-se de evitar esquerda e direita e tenta até explicar o imposto único.

Mentir

"Monopólio da verdade" não combina com liberdade para o cientista político Ismael Almeida, que vê fake news como fofoca ou boato. "São práticas existentes desde os primórdios da comunicação humana", diz.

Frase

"Governos estaduais nunca receberam tantos bilhões". Senador Eduardo Girão, para quem a redução
do ICMS dos combustíveis é uma demanda da sociedade

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