Nos meios políticos há quem não acredite em "coincidência" da possível soltura de Adélio Bispo, que na campanha de 2018 tentou assassinar o presidente Jair Bolsonaro. A soltura ligou o alerta para a possibilidade de o criminoso ser morto como "queima de arquivo". O desaparecimento do bandido protegeria eventuais mandantes da facada e, de quebra, poderia ser atribuído a bolsonaristas.
O cientista político Paulo Kramer sugere ao governo que dê segurança 24h para Adélio. "É um 'arquivo'", lembrou. Para Kramer, a situação é delicada e o possível assassinato de Adélio "pode ser usado como bandeira contra o bolsonarismo" nas eleições.
A Polícia Federal foi, na prática, impedida de investigar como advogados milionários assumiram a defesa de um "maluco" sem ter onde cair morto. O atentado tem mistérios não resolvidos, como registro de presença de Adélio em Brasília na data do crime, graças à atuação dos advogados. Adélio Bispo pode ser solto menos de quatro anos depois do crime, cuja pena com a premeditação, lembram juristas, varia de 12 a 30 anos.
Senador nega história de 'amor'
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-E) não quer saber mais de ver suas ligações com a Codevasf expostas, mas tem divulgado em Pernambuco os feitos do órgão como conquistas suas e não ações do governo federal. O alarde é especialmente grande sobre R$ 117 milhões das obras do Pontal Norte, em Petrolina, cidade governada até pouco tempo pelo filho do senador, Miguel Coelho, candidato a governador. As vistorias do Pontal Norte, com entrega prevista por Coelho para abril de 2023, coincidência ou não, foram acompanhadas por Aurivalter. A repulsa do senador pelas ligações com a Codevasf apareceu junto com investigação da Polícia Federal de suspeitas de corrupção no órgão.
Legado
A vida está difícil para o advogado Tiago Cedraz. Delatado na Lava Jato e alvo de duas operações da PF, ministros do STJ e desembargadores estariam se esquivando de recebê-lo. "Puro Césio de Goiânia. Os riscos de contaminação e desastre andam juntos", definiu um veterano ministro.
Realidade
Qualquer brasileiro normal trabalhou 124 dias no primeiro semestre do ano. Se tirou um mês inteiro de
férias, ainda foram 102 dias na labuta, mas o Senado alardeia como produtividade a realização de 82
sessões.
Alô, Xerife
Ex-secretário de fomento à Cultura, André Porciuncula questionou como será classificada no inquérito dos atos antidemocráticos a fala do ministro aposentado do STF Celso de Mello, que pregou insurgência contra o presidente da República. "É ataque contra as instituições?", indagou.
Em formação
O entorno de Lula já negocia cargos. Figuras como Alozio Mercadante, que nem sequer era recebido pelo
então presidente, já ofereceu cargo de ministra a Maria Luiza Trajano, cujos negócios estão a caminho
do brejo.
Ladrão pode
É curioso como abundam iniciativas "em defesa da democracia", como se a defesa de pressupostos democráticos fosse exclusividade de um só lado, e nenhuma que advirta sobre a volta de ladrões notórios
ao poder.
Pressão externa
Economistas dão como certo aumento de 0,5% na Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2 de agosto. Para o diretor do Paraná Banco André Malucelli, entretanto, essa pode não ser a última.
Frase
"Político medíocre (...) autocrático, triste figura (...) Presidente menor". Xingamentos do magistrado aposentado do STF Celso de Mello contra Jair Bolsonaro
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