Começa a “cair a ficha” em Lula de que o jogo mudou nas relações com o Poder Legislativo. Ao contrário dos seus primeiros governos em que recorreu ao suborno indireto de emendas ou às malas do mensalão para aprovar projetos e formar maioria de deputados e senadores, Lula já percebe que precisa “aderir” ao Congresso para governar sem surpresas. Foi o que disse em São Paulo, referindo-se às queixas de Marina Silva sobre um suposto “esvaziamento” do seu Ministério do Meio Ambiente.
Eles têm a força
Parlamentares já não precisam que o Planalto lhes dê acesso aos cofres públicos: eles já o têm, como mostram emendas do relator, por exemplo.
Só no entendimento
Lula aprendeu a lição: para aprovar projetos ou evitar derrotas, o governo não precisa mais de “base”, precisa de entendimento com o Congresso.
Senhor dos votos
Hoje, o “entendimento” atende pelo nome de Arthur Lira, o presidente da Câmara. São obra dele os 374 votos que aprovaram o arcabouço fiscal.
Bancada majoritária
Também se pode colocar na conta de Lira os 392 votos que anularam o decreto de Lula tentando anular a lei federal do marco do saneamento.
Amiga de Janja teve boquinha já na transição
Antes mesmo da posse do maridão, a primeira-dama Janja mostrou que apitaria no governo e, inclusive, nas nomeações. A ex-sócia, Margarida Cristina de Quadros, atualmente acomodada em um cargo de assessora especial do gabinete pessoal do presidente da República, apareceu na equipe de transição do governo. Em novembro, foi nomeada para cargo de coordenação do Grupo Técnico de Direitos Humanos. O ato foi assinado pelo agora vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Digitais na posse
Um dos escolhidos para carregar a faixa presidencial foi Murilo Quadros, supostamente representando professores e professoras do Brasil.
DNA
O sobrenome sugere que “algo mais” foi considerado na escolha de Murilo. Ele é filho da ex-sócia e amiga de Janja.
Belo salário
Margarida parece ter prestígio junto à primeira-dama. O salário para trabalhar no gabinete do maridão não é nada mal, R$13 mil.
Esquerda caviar
Viralizou no Twitter os acessórios de Camila Jara (PT-MS), na CPI do MST. Não passou batido semelhança entre o sapato da parlamentar com um modelo da grife Valentino Garavani, que custa R$6,9 mil. A bolsa da deputada também é parecidíssima com uma Louis Vitton de R$20,5 mil.
CPI com apoio
O abaixo-assinado organizado pelo partido Novo que pede a instalação da CPI de Abuso de Autoridade do STF e do TSE chega às 500 mil assinaturas cerca de uma semana após seu lançamento.
Faltam deputados
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) já contabiliza 147 assinaturas pela instalação, na Câmara dos Deputados, da CPI de Abuso de Autoridade do STF e TSE para investigar “excessos” do Judiciário.
No DF, nem pensar
O governador Ibaneis Rocha aproveitou sua presença na AgroBrasília para tranquilizar outra vez os produtores: o governo do DF não vai tolerar invasões criminosas de áreas rurais. Os proprietários serão protegidos.
Por que será?
O embate de Otto Alencar (PSD-BA) com Marcos do Val (Pode-ES) na CPMI, foi até ameno comparado ao tratamento à médica Nise Yamaguchi na CPI da Covid, que rendeu até nota de repúdio de entidade médica.
Mensagens cruzadas
A expectativa de lulistas é que a proposta do marco fiscal não enfrente dificuldades no Senado, mas o Instituto Fiscal Independente (IFI), do Senado, já avisou que a proposta será “difícil de cumprir” no futuro.
Torcida pela biografia
Preocupados, amigos do ministro Benedito Gonçalves torcem para que ele não venha a ser o escolhido de Lula para a vaga no STF. Pareceria um prêmio pela cassação de Delta Dallagnol e não à sua biografia.
Só 145 dias
O Impostômetro mostra que o brasileiro já pagou mais de R$1,23 trilhão em impostos, só em 2023. É o suficiente, diz a Associação Comercial de São Paulo, para comprar quase 18 milhões de Jeep Renegades.
Pensando bem...
...o governo Lula III (ou PT V) chega aos 150 dias esta semana, mas a culpa ainda é dos outros.
FRASE
“Querem transformar o Brasil na Coréia do Oeste”. Senador Ciro Nogueira (PP-PI) sobre a mistura do governo de ideologia e economia
Aécio candidato
FHC se convenceu de que o então governador mineiro Aécio Neves (PSDB) era candidatíssimo a presidente após diálogo dos dois, em Brasília: “Sou candidato apenas à reeleição”, disse, enfático. FHC concluiu: “Então você é candidato mesmo a presidente...” Aécio achou graça: “Por que diz isso?” O então presidente explicou: “É que há 20 anos o seu avô (Tancredo Neves) me disse a mesma coisa...”