Cuidado para formatura não virar pesadelo

Publicado em 28/08/2012 às 6:15
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Foto: Arquivo pessoal Depois de quase dois anos pagando pela contratação de uma empresa organizadora de eventos, uma turma de formandos se revoltou com as condições impostas pela prestadora do serviço e resolveu organizar a própria festa, conta a jornalista Ellen Cocino, uma das integrantes da comissão. Entre os abusos relatados pela turma estava a cobrança por serviços não solicitados. Enquanto isso, o bufê, local de festa e banda teriam de ser pagos por fora, apesar do contrato custar R$ 95 mil. Para as entidades de defesa do consumidor, os estudantes devem se cercar de vários cuidados antes de fechar o contrato. “Quando entramos na faculdade, éramos muito novos, não tínhamos experiência com contratos”, lembra Ellen. Quatro anos antes da formatura, em 2008, a turma começou a planejar a festa, que aconteceu no mês passado. “Nos informamos com outras pessoas que tinham feito suas festas de formatura e procuramos uma das maiores empresas do Recife. A empresa prometeu milhões de coisas e como nosso grupo não tinha experiência, acreditamos que estava tudo coberto.” Ellen Cocino diz que turma aprendeu a ter cuidado com contrato após perceber alguns abusos por parte da empresa organizadora da formatura (Foto: Guga Matos/JC Imagem) A turma só veio perceber alguns abusos dois anos depois de ter assinado o contrato, em 2010. “A gente acaba assinando o contrato sem perceber alguns absurdos, itens como R$ 400 para uma chuva de papel picado que não foi pedida, uma viagem-surpresa e até uma banda na colação de grau, coisa que não existe”, exemplifica Ellen. No total, o contrato ficou em torno de R$ 95 mil, sem incluir os gastos que os formandos teriam com a contratação de banda para a festa da formatura, bufê e casa de festas. “No contrato, eles não incluíam nem o convite. Do valor cobrado, a empresa faria apenas o cerimonial, com o mestre de cerimônias, e uma decoração de baixa qualidade”, diz a formanda. O estopim para a turma de formandos rescindir o contrato foi quando a comissão tentou negociar a contratação da decoradora escolhida pelos alunos, o que foi negado pela empresa. “Resolvemos cancelar o contrato, mesmo que a gente só fosse receber parte do valor pago.” Dos R$ 12 mil já quitados, a turma recebeu quase R$ 6 mil. O diretor do Procon Pernambuco, José Rangel, aconselha que antes de enfrentar problemas com empresas de formatura o consumidor deve ler atentamente o contrato para evitar surpresas desagradáveis como condições abusivas impostas pelo fornecedor do serviço. “As vantagens excessivas são anuláveis, o contrato deve ter um equilíbrio mínimo entre os envolvidos. Caso haja uma desistência, por exemplo, a empresa não poderá devolver apenas 50% do valor pago, já que nem sequer teve o prejuízo com a realização da festa.” Apesar do prejuízo, a comissão de formatura resolveu planejar a festa por conta própria. “Eu e outras amigas da comissão abrimos uma empresa e começamos a planejar a festa que a gente queria, no lugar e com a decorado que escolhemos”. A festa também ficou bem mais em conta. “Nos surpreendemos porque foi absurdamente mais barato. Gastamos cerca de R$ 65 mil ao todo, bem menos do que pagaríamos à empresa, sem contar com o que seria contratado por fora.” José Rangel também alerta. “Leia o contrato com atenção, peça a orientação de um advogado, por exemplo, para saber o que pode ser considerado abusivo no contrato.”

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