500 mil linhas telefônicas a menos no Brasil em agosto, aponta Anatel

Publicado em 25/10/2016 às 15:08
WhatsApp foi um dos aplicativos analisados pela Proteste
FOTO: WhatsApp foi um dos aplicativos analisados pela Proteste
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WhatsApp acabou com necessidade de ter mais de um chip, dizem especialistas. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem WhatsApp acabou com necessidade de ter mais de um chip, dizem especialistas. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem   A queda no número de linhas de telefone móveis no País é mais uma faceta da crise que tem feito os consumidores modificarem hábitos para reduzirem custos no fim do mês. Em agosto, foram desativadas quase 500 mil linhas em todo o Brasil, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Especialistas do setor explicam que o corte é causado pela maior adesão a aplicativos de mensagem instantânea. “O que a gente percebe é que mudou o perfil do consumo. A Anatel diminuiu a tarifa de interconexão e houve o aumento acentuado de aplicativos de conversa, como o WhatsApp. Agora, o cliente não precisa ter chips de várias operadoras para aproveitar promoções, por isso o número de linhas caiu. O grande consumo de dados, normalmente, é vinculado ao plano pós-pago, o que é uma tendência daqui para frente”, explica o diretor do SindiTelebrasil, Sérgio Kern. LEIA TAMBÉM » Oi lidera ranking de reclamações do Procon de Jaboatão » Anatel proíbe restrições na internet fixa por tempo indeterminado » Cliente Oi/Velox fica sem internet e é multado por quebra de contrato Os dados também mostram que os clientes estão migrando para planos pós-pago de celular. De fevereiro a agosto deste ano, dois milhões de usuários a mais adotaram o modelo. Por outro lado, houve queda no número de aparelhos pré-pagos no País. No acumulado do ano, de fevereiro a agosto, houve queda de mais de oito milhões de acessos nessa modalidade, representando recuo de 4,5%. Dados preliminares de setembro afirmam que o número caiu dois milhões na comparação com agosto. As operadoras estão investindo fortemente nessa mudança. A Oi lançou no último trimestre do ano passado os planos Oi Livre, Oi Mais Controle e Oi Mais. Todos têm tarifa única para ligação para qualquer operadora, além de uso de dados livremente, dentro da franquia contratada. A operadora afirma que realizou estudo de perfil de consumo e lançou os planos baseado no que é visto em outros países, garantindo economia e liberdade de comunicação. A TIM também lançou novas ofertas em novembro do ano passado e afirma que a base de clientes pós-paga registrou um importante crescimento. Clientes dos novos planos representam 15% do número total. O plano TIM Controle oferece 1,5 Gb de internet e 500 minutos de ligações para qualquer operadora e roaming nacional incluído por R$ 50 mensais. A Claro também oferece planos especiais, como o plano controle que oferece 800 Mb de franquia de dados, redes sociais e saldo livre para ligações. “Sobre a queda no número de linhas, o cliente não sumiu, apenas diminuiu o número de chips. O pós-pago cresce porque as operadoras estão querendo trazer inovações para o cliente. Hoje, é possível fazer ligações, ter acesso a pacote de dados e redes sociais. É um custo fixo que não se altera, é previsível. O plano pós-pago também nos ajuda a fidelizar o cliente”, afirma o diretor regional da Claro, André Peixoto. O JC procurou a Vivo, mas não obteve retorno. Para a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, o aumento no número de planos pós-pagos é uma prova do desejo de economizar. “Hoje, o consumidor está vendo que no pré-pago paga muito mais, tem dificuldade em ter controle do plano. Por outro lado, percebe-se claramente que a utilização do pré-pago em grande escala não traz um controle maior. O pós-pago tem o valor mensal, então, é possível saber quanto pagar e o que se está utilizando”, comenta. A Proteste tem um simulador de telefonia com opções de planos, disponível no site.

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