Vale a pena participar de programas de milhas?

Publicado em 20/06/2017 às 13:26 | Atualizado em 25/08/2017 às 14:33
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que o consumidor leia o contrato de adesão detalhadamente antes de ingressar nos programas de milhagens.
FOTO: O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que o consumidor leia o contrato de adesão detalhadamente antes de ingressar nos programas de milhagens.
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O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que o consumidor leia o contrato de adesão detalhadamente antes de ingressar nos programas de milhagens. Viajar é um dos melhores investimentos da vida, mas que pode pesar muito no bolso. Para baratear os preços de hotéis e passagens que oneram e até inviabilizam os roteiros, uma opção são os clubes de milhagens, modalidade em que o consumidor obtém milhas através do pagamento de uma taxa mensal. Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf) mostram que esse segmento é ascendente: só no quarto trimestre de 2016, o faturamento total das empresas associadas foi de R$ 1,51 bilhão, crescimento de 8,4% em relação aos três meses anteriores. No acumulado do ano, foram R$ 5,67 bilhões. Netpoints, Clube Dotz, Livelo e Multiplus são algumas das principais opções disponíveis no mercado. Atualmente, existem três categorias de programas de fidelidade. Os programas de coalizão, que reúnem uma rede de empresas parceiras, como os oferecidos pela Dotz e Multiplus; os programas individuais que são oferecidos pelas próprias empresas, nos quais os pontos são trocados por produtos da marca ou de parceiras; e, também, há sites de cashback, que permitem o resgate de parte do dinheiro, como o Cashola e o Méliuz. »Netflix divulga lista das operadoras de internet mais rápidas do Brasil »Teste mostra os melhores smartphones com preço de até R$ 1.500 Através deles, o consumidor adquire milhas mediante o pagamento de uma mensalidade, que varia entre R$ 21,90 e R$ 649, ou a partir de compras de produtos. “O principal desafio desse mercado de fidelidade é fazer com que as pessoas conheçam os benefícios que podem ter com ele e aumentar a adesão. O resgate de produtos e serviços é a melhor forma do participante enxergar valor neste tipo de programa, o que possibilita o desenvolvimento de todo o mercado”, diz o presidente da Abemf, Roberto Medeiros.     »Bradesco terá que indenizar cliente por cobrança indevida »Na falta de troco, comércio deve arredondar preço para baixo

Análise

A oportunidade de comprar, ganhar pontos e ser compensado com produtos ou serviços é atrativa: o consumidor ganha em tempos de aperto econômico e as empresas tentam fidelizar seus clientes. Mas como tudo que se relaciona ao consumo, é preciso tomar alguns cuidados para usar bem os programas, não se enrolar financeiramente ou se perder no mar de pontos. O consultor financeiro Roberto Ferreira aconselha o consumidor a analisar seus hábitos de viagem e fazer as contas antes de adquirir um pacote oferecido nos clubes de milhagem. “É importante consumir com cuidado, analisando tipos de destino e preferências. Para alguém que viaja sozinho, com frequência, pode ser vantajoso”, avalia. O consultor afirma ainda que há uma desvalorização no poder de compra das milhas. “Essa desvalorização é real. Poucos e curtos trechos ainda são achados por menos de 10 mil pontos, por exemplo. Calcule que o pagamento do valor médio desses pacotes, de R$ 70, por exemplo, ao ser multiplicado por 12 e por todos os membros da família, já atinge o valor de uma passagem sem o pagamento desse serviço”, diz. »Máquina de lavar não é tudo igual: veja as diferenças e poupe até R$ 1.895 ao comprar a sua »Celpe deve ressarcir na falta de energia Na Livelo, programa no qual o assinante paga uma mensalidade e recebe uma quantidade fixa de pontos de acordo com o plano adquirido, um dos principais pacotes custa R$ 229,90 mensal, por 7.000 pontos todo mês. Anualmente, seriam R$ 2.758,80 em troca de 84 mil pontos. No site da plataforma, há pacotes nacionais para destinos como Salvador por 22.800 pontos ou internacionais para locais como Orlando por 119.450 pontos. Em uma compra normal, uma passagem de ida e volta para Salvador, saindo do Recife, custa cerca de R$ 525. Para Orlando, R$ 2.600. “A primeira pergunta que o consumidor deve fazer antes de adquirir esse tipo de serviço é quanto vale cada ponto em dinheiro. Mais do que o valor pago mensalmente, o parâmetro deve ser quanto ele vai precisar desembolsar para adquirir as milhas necessárias”, explica a gerente jurídica do Procon, Danyelle Sena. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que o consumidor leia o contrato de adesão detalhadamente antes de ingressar no programa. Ele deve ficar atento principalmente às condições de utilização. Em um programa de milhas, por exemplo, checar se elas podem ser usadas para viagens em feriados ou fins de semana e a validade delas.   »Em tempos de aperto, veja dicas para economizar e fazer seu dinheiro render mais »Operadora de plano de saúde pernambucana é condenada a pagar indenização de R$ 40 mil »O condomínio está caro? Saiba como o valor é calculado e dicas para reduzir a taxa »Gratuitos, mas nem tanto: aplicativos de mensagens escondem funções pagas

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