São João

Diretor do Ceasa diz que "não deve sobrar milho no pátio este ano"

Vendas estão em alta nesta reta final para o São João com crescimento entre 8% e 10%. O preço médio da mão de milho com 50 espigas é o mesmo de 2019

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 22/06/2020 às 17:15 | Atualizado em 22/06/2020 às 17:40
Bruno Campos
Movimentação intensa no Ceasa nesta segunda-feira (22) - FOTO: Bruno Campos

A procura pelo milho verde no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE) está alta nesta véspera de São João. Apesar do isolamento social e a proibição no Estado das manifestações típicas do período junino, como arraiais e fogueiras, as vendas esse ano já registram um crescimento de 8% em relação à 2019, e devem fechar o ciclo junino (até o final deste mês) com variação positiva de 10%, segundo a área técnica de vendas do Ceasa.

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Este ano o plantão do milho, que acontece quando as vendas são feitas durante 24 horas, sem interrupção, começou cerca de uma semana mais tarde, no último dia 15. A oferta do produto foi menor, quase 16% em relação ao ano passado. De janeiro deste ano até o dia 21 de junho foram ofertadas cerca de 13,6 milhões de espigas. No ano passado, no mesmo período, a oferta foi de 17, 7 milhões de espigas. Paulo de Tarso, diretor técnico-operacional do Ceasa, explica que, com a oferta menor, “não deve sobrar milho no pátio”, ao contrário do ano passado, quando foram vendidas 13 milhões de espigas. Ele credita as boas vendas de agora ao hábito do pernambucano de consumir os pratos típicos da época. “A tradição falou mais alto. Mesmo não tendo festa, as pessoas estão comprando para fazer suas comidas de milho em casa ou revender nas feiras”, diz Paulo.

Preço da mão do milho varia de R$ 20 a R$ 50

A estabilidade no preço do milho verde também ajudou. Paulo revela que o valor pedido pela mão do milho (com 50 espigas) no Ceasa está variando R$ 20 e R$ 30, com preço médio de R$ 25. A mesma média de 2019. “Mesmo com o aumento nos custos de produção e logística, R$ 25 é um preço bom, tanto para o consumidor quanto para o produtor”, afirmou Paulo.

Para o produtor de milho e comerciante do Ceasa, Luciano Prado, as vendas não vão se traduzir em grande lucro. Ele disse que plantou bem menos esse ano por conta do medo dos efeitos da pandemia sobre as vendas. “Ano passado plantei 60 sacos de sementes. Esse ano foram só 25 sacas”, revelou. Ele conta ainda que também comprou menos milho de outros produtores para revender. O resultado é que deve faturar cerca de 30% menos, diz Luciano.

Funcionamento do Pátio do Milho no Ceasa

Quem quiser garantir o milho para o São João deve se apressar. Nesta terça-feira (23), véspera do feriado, o Pátio do Milho no Ceasa vai funcionar até 18h. No dia 24 ainda tem venda, mas em horário reduzido. Das 5h até às 13h. As vendas no pátio do milho do Ceasa continuam até 30 de junho. No local, o uso de máscara é obrigatório e este ano existe um distanciamento maior entre os comerciantes para evitar aglomeração entre os compradores. A administração da Ceasa pede que as pessoas prefiram ir ao Centro Logístico no horário da tarde, quando é menor o fluxo de pessoas.

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