Economia doméstica

O que é mito e o que realmente funciona para economizar energia elétrica? Perguntamos a um especialista

A energia é mais barata de madrugada e nos finais de semana? Por que economizar água pode reduzir a conta de energia? Listamos 10 dicas de como economizar na conta de luz

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Edilson Vieira

Publicado em 30/08/2021 às 19:25 | Atualizado em 02/09/2021 às 17:40
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Pelas contas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a energia elétrica ficou mais cara 5% neste mês de agosto. A notícia ruim é que a conta vai ficar mais cara em setembro, por conta da mudança no patamar da bandeira vermelha, aquela que é cobrada nos meses em que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro Oeste estão com baixo estoque de água.

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A partir de setembro, o valor da taxa adicional cobrada nas contas de luz passará de R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 14,20. Outro aumento certo vai acontecer em abril do ano que vem, quando ocorre o reajuste anual das tarifas das distribuidoras de energia.

Uma forma de tentar contornar tanto aumento é economizar energia, onde e como for possível. Mas, algumas práticas consolidadas há décadas podem não ser mais tão eficientes. Então, o que funciona de verdade e o que é mito, em se tratando de economia de energia? Ouvimos Artur Costa, supervisor de eficiência energética da Neoenergia Pernambuco, (novo nome da Celpe), que revelou o que é mito e o que é verdade quando o assunto é reduzir a conta de energia.

1 - Lâmpadas de Led são mais econômicas que as fluorescentes - VERDADE

Você deve lembrar da campanha para trocar as antigas lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes justamente pelo apelo econômico. Agora são as fluorescentes que precisar dar lugar as lâmpadas de Led. "Atualmente as lâmpadas de Led são as mais econômicas que existem. E ela economiza mais energia porque oferece a mesma luminosidade com menos potência. Em alguns casos, a eficiência chega a 50%. Uma lâmpada convencional de 15 Watts pode ser substituída por uma de Led de 8 Watts", explica Artur Costa.

2 - Um equipamento de 127 volts, ou 110 volts gasta menos energia que outro de 220 volts. MITO

Os aparelhos de 110 volts, geralmente são mais baratos, mas em termos de consumo não há diferença em relação a outros de voltagens maiores. O que importa é a potência do aparelho e a forma de uso, diz o especialista.

3 - A forma de instalar o chuveiro elétrico pode influenciar no consumo. VERDADE

Uma instalação mal feita, com várias emendas nos fios, pode fazer o consumo de energia aumentar. "Não só o chuveiro mas, qualquer instalação elétrica de uma residência, de um comércio ou indústria, pode provocar uma perda de energia maior por dissipação do  calor", disse Artur.

4 - Economizar água pode influenciar na economia de energia também. VERDADE

Um banho mais rápido no chuveiro quente, vai economizar tanto água como energia. Esse é o exemplo básico. Mas, ao gastar menos água, o consumidor vai precisar bombear menos água para os reservatórios e as bombas são acionadas por energia. Além disso, pensando coletivamente, a água economizada em grande quantidade vai contribuir para poupar os estoques dos reservatórios das hidrelétricas e aumentar a geração, o que pode impactar na redução do custo da energia.

5 - Secar roupa atrás da geladeira faz aumentar o consumo de energia. VERDADE

Aquela grade que existe atrás da geladeira funciona como um trocador de calor. Por isso é uma área mais quente. Ao colocar uma roupa ali, a troca de calor fica prejudicada, fazendo com que o motor da geladeira tenha que trabalhar mais para resfriar o compartimento interno do refrigerador.

6 - O local onde o ar condicionado é instalado não influencia o consumo. MITO

Evite instalar o ar condicionado em paredes onde o sol incida diretamente. Assim, evita-se uma leitura errada do termostato do aparelho que pode interpretar que todo o ambiente está aquecido e assim gerar mais frio, consumindo mais energia. Outra coisa é instalar o ar sempre na parte mais alta. Como o ar frio é mais denso, ele desce, refrigerando melhor todo o ambiente.

7 - Deixar o carregador de celular, sem uso, na tomada, não consome energia. MITO

Mesmo que o celular não esteja sendo carregado, há um consumo mínimo ali. É a mesma situação de aparelhos em stand by. O consumo é mínimo, mas existe.

8 - Para quem usa o computador várias vezes ao dia, com intervalos, é melhor deixá-lo desligado do que em stand by. DEPENDE

o especialista recomenda que se o intervalo for maior do que uma hora, é melhor desligar o computador e só religá-lo quando for usar. Se o intervalo for menor do que uma hora, pode-se deixar o aparelho em repouso com o monitor desligado.

9 - O custo da energia é menor durante a madrugada e nos finais de semana. DEPENDE

Aqui cabe uma explicação mais detalhada. O Brasil abandonou a cobrança diferenciada para os consumidores residenciais, como havia antigamente. Hoje só existem valores diferenciados para o comércio e a indústria. Para o consumidor residencial é possível optar pela Bandeira Branca para obter um desconto de acordo com o horário de uso da energia. "A tarifa branca tem dois momentos mais caros e dois mais baratos. De 16h30 à 17h29 e de 20h30 a 21h29 a tarifa é um pouco maior do que os horários comuns.  Já de 17h30 à 20h29, que o horário de ponta, a tarifa fica bem cara, praticamente o dobro da tarifa comum, ou seja, tem que se ter muito cuidado ao optar pela Bandeira Branca porque se não ela acaba saindo mais cara para o consumidor residencial, tornando-se inviável", aconselha Costa.

10 - Vários equipamentos ligados na mesma tomada, com o uso de um "Benjamin", consomem mais energia. MITO

Apesar de não haver consumo maior essa prática, de ligar vários aparelhos com um "T" ou "Benjamin" na mesma tomada,  é condenada pelo especialista pelo alto risco de danos elétricos, superaquecimento e até incêndios.

Para terminar, lembre-se: todo aparelho que aquece ou resfria são os maiores responsáveis pelo gasto de energia de uma residência. Use com moderação ar-condicionado, chuveiro elétrico, forno elétrico, air fry, sanduícheiras e revise as borrachas das portas da geladeira para se certificar de que não está havendo perda de refrigeração.


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