O desafio da vida financeira a dois
Uma das principais causas para o fim de relacionamentos no Brasil e no mundo, é o dinheiro
lUma das principais causas para o fim de relacionamentos no Brasil e no mundo, é o dinheiro. Em alguns países fica atrás apenas da infidelidade. E não é apenas na falta dele, o dinheiro na abundância também pode afetar muito o relacionamento, por diversas razões. Vou trazer algumas dicas para que você tenha um relacionamento saudável com o seu parceiro em relação às finanças.
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O primeiro ponto é que esse assunto não precisa ser um tabu entre vocês, dinheiro tem que fazer parte das conversas. Esse tema deve estar no dia a dia, falo deve estar, mas, claro, o ideal é que seja de forma natural. Se não faz parte da rotina, talvez precise entrar de outra forma, e aos poucos, pois é, leva tempo mesmo, e com as tentativas e o dia a dia, isso vem de forma mais leve, mais natural. O que não quer dizer que não se discuta mais o tema, que não será motivo de algum desentendimento, claro, isso pode acontecer, difícil mesmo seria se os dois sempre concordassem 100% com a ideia um do outro. E, como disse, com o tempo o casal vai se sentindo mais à vontade para conversar sobre a vida financeira, como fazem com outros assuntos, sem cerimônias, e as conquistas e realizações que isso traz são de impacto na vida a dois, para a vida da família.
Uma das dificuldades relatadas pelos casais é que, quando toca no assunto, o outro responde dizendo que “não é hora de falar de dinheiro”, está cansado (a), o dia foi pesado, objeções que direcionam à fuga e medo, desinteresse, nada muito diferente disso. Não tem essa de hora do jornal, hora de fazer uma refeição, hora de descansar. Assim, nunca terá a hora de conversar sobre dinheiro, e não acho que precise tamanha formalidade e bloqueio, afinal toda hora é hora, precisando, entrem no tema, com o bom senso em relação ao outro. Não precisa marcar uma hora, fazer uma pauta para levar esse assunto à mesa.
Acaba ficando realmente pesado. Por outro lado, é mesmo importante saber a forma de tocar nesse tema, quando historicamente ele não é tão leve para o casal. Não adianta forçar a barra, analise o momento e a forma que vai tocar nesse assunto, isso é essencial. Se o seu parceiro já está de cabeça quente ou um dos dois está passando por um momento difícil, talvez seja possível deixar para depois pra que não se agrave a situação.
Outro ponto importante é que vocês tenham clareza no formato que vão adotar para gerir as finanças do casal e que esse formato esteja claro para os dois. Vocês vão dividir meio a meio as despesas porque têm receitas similares? Vão dividir proporcional ao que cada um ganha para ficar mais justo? Um de vocês vai trabalhar e o outro vai cuidar da casa e dos filhos? Qual formato vocês têm estabelecido? Os dois estão de acordo? Adianto que na minha visão, não existe um formato certo, existe o formato que dá certo para cada casal.
A transparência também é fundamental para ter uma vida a dois saudável em relação às finanças. Se um dos dois teve um aumento no salário, vai ganhar um prêmio ou qualquer outro tipo de acréscimo, é importante compartilhar com quem divide a vida. Assim como, em caso de dificuldade, dívidas, financiamentos ou qualquer empréstimo em um momento de perda, é importante que esse assunto seja dividido e conversado. Diga não à infidelidade financeira, não é raro histórias de quem tem cartão de crédito que o outro não tem conhecimento. Já escutei pessoas que compravam um calçado ou roupa e entravam em casa com o mesmo “camuflado” entre outras coisas, sem a sacola da loja, para evitar questionamentos. Ou até mesmo chegavam em casa já usando o salto novo e, muitas vezes, o marido nem percebia. No dia que o parceiro se dava conta... imagine só o que acontecia? Ela dizia para o marido: “Não acredito! Tá vendo que você não presta atenção em mim, tenho esse salto há anos e nunca mais tinha usado...”. Não, não é fácil, e das mais diversas formas, a infidelidade financeira existe!
A última dica é que vocês se planejem e se entendam cada vez melhor como casal. Procurem estabelecer quais são os sonhos em comum e os sonhos de cada um, que também fazem parte. Afinal, casar não significa deixar de sonhar. Com base nesses sonhos, vocês podem se planejar e, naturalmente, vale priorizar os sonhos que os dois têm em comum. Acredito nesse lema: sonhar, planejar e realizar, trabalhei ele por alguns anos em palestras, eventos e como base para reflexões que, como você pode ver, uso até hoje. Se vocês sonham, é completamente possível realizar, desde que exista esse elo com o planejamento e, por sua vez, o planejamento não basta, é preciso ter disciplina, poder de execução para que tudo realmente aconteça. Não deixe para amanhã, comece já!