No Senado, ministro da Educação minimiza erros no Enem

Publicado em 11/02/2020 às 14:12 | Atualizado em 11/02/2020 às 14:23
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Ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve na manhã desta terça-feira na Câmara de Educação do Senado. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil  Agências Estado e Brasil Convidado pela Comissão de Educação do Senado para prestar esclarecimentos sobre erros em resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, minimizou as falhas em 5.974 notas e sugeriu que o problema que marcou a edição mais recente do exame também pode ter ocorrido em anos anteriores. "Não dá pra afirmar que sim ou que não, mas eu diria que esse tipo de problema pode ter ocorrido, sim, no passado", afirmou, nesta terça-feira, 11. Weintraub voltou a tratar os erros como "susto" aos candidatos que precisaram ter as notas revistas e destacou que, na prática, 5,1 mil alunos foram afetados. Os demais fizeram o exame como treineiros. Na abertura do pronunciamento, o ministro disse que um dos objetivos da ida dele à Comissão do Senado era "quebrar a chuva de fake news que novamente se abateu sobre o MEC". Afirmou ainda que "em respeito à Justiça, que estava avaliando o que houve”, preferiu ficar em silêncio sobre a correção do Enem. Weintraub argumentou que a judicialização do exame foi maior em anos anteriores e que o primeiro Enem que comandou foi um sucesso. Não houve nada do que caracterizava os exames passados, afirmou. As falhas registradas no Enem lançaram dúvidas sobre a permanência de Weintraub no cargo. O chefe da Casa Civil, ministro Onyx Lorenzoni, e o presidente Jair Bolsonaro descartaram a demissão dele. O ministro chegou à sala das comissões acompanhado pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

ERROS

Aos senadores, o ministro da Educação disse que o erro se deu na gráfica na hora da impressão. Para ele, o mesmo problema pode ter acontecido em outras edições do Enem sem que ninguém ficasse sabendo. “Não dá pra afirmar [sobre ter acontecido o mesmo erro no passado] nem que sim, nem que não, mas esse tipo de processo pode ter acontecido no passado." Segundo o ministro, ao interagir com internautas logo após a divulgação do resultado do Exame, ele mesmo percebeu que havia uma inconsistência no segundo dia de prova e alertou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os erros, ressaltou o ministro, foram corrigidos antes da abertura das inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Weintraub afirmou que todos os gabaritos dos mais de 5 milhões de inscritos foram checados e rechecados várias vezes utilizando os quatro gabaritos existentes e que, por isso, nenhum estudante foi prejudicado.

BAIXO IMPACTO

Weintraub também disse aos senadores que as pessoas que procuraram o MEC para reclamar de problemas no exame foram divididas em três grupos: o primeiro formado por "militantes, que se faziam passar por um aluno, entravam colocando terror na rede, e a gente descartava". De acordo com o ministro, outro grupo era formado por pessoas “que não estavam entendendo o processo, e nós orientamos". O terceiro grupo, segundo ele, "foi o de alunos que foram mal, mas disseram que 'a culpa era do Weintraub'. Os pais nos procuraram, nós checamos as provas e vimos que haviam tirado a nota mesmo". Conforme Weintraub, 5,1 mil estudantes – excluindo os treineiros – foram atingidos. "Estatisticamente o impacto foi irrelevante, mesmo assim o MEC entrou com um processo administrativo contra a gráfica." Abraham Weintraub acrescentou que já foi aberto novo processo de licitação para a contratação de uma nova gráfica para a realização do exame de 2020.

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