Atualizada às 18h25 do dia 1° de setembro
A partir do dia 8 de setembro, instituições de ensino superior de Pernambuco poderão retomar as atividades presenciais. A medida é válida para as faculdades e universidade localizadas nas macrorregiões I e II, além da Geres 8, na cidade de Petrolina, no Sertão do Estado. A Macrorregião compreende a Região Metropolitana do Recife (RMR) e Zona da Mata. Já a II engloba os municípios de Caruaru, Garanhuns e seus entornos, no Agreste.
O anúncio foi feito pelo secretário de Educação e Esportes do Estado, Fred Amâncio, durante coletiva de imprensa online na tarde desta segunda-feira (31). Segundo o secretário, esse retorno será feito de forma gradual e dividido em 4 etapas.
À noite, a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) anunciou, através de suas redes sociais, que "decidiu manter as atividades acadêmicas de forma retoma até o final do semestre, conforme havia planejado".
Universidades federais
De acordo com as assessorias das Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco (UFPE e URFPE), não há previsão para o retorno das aulas presenciais. As instituições se baseiam na norma do Ministério da Educação, que permite aulas remotas até o fim do ano.
O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) informou, por meio de nota, que manterá o cronograma de atividades de ensino remotas. "Como a liberação do Governo do Estado para as atividades presenciais de ensino foi divulgada somente nesta segunda-feira (31) e restrita aos cursos superiores, a Instituição iniciará as discussões com os seus campi sobre as possibilidades de retorno para esse nível específico de ensino. Essa decisão será tomada de forma cautelosa e levará em conta o posicionamento da comunidade acadêmica, os diversos cenários presentes nas cidades e regiões onde a instituição possui unidades, priorizando sempre a segurança dos estudantes, servidores e terceirizados", informou.
Fred Amâncio disse que o comitê que avalia a situação do novo coronavírus em Pernambuco entendeu que o ensino superior poderá retornar, principalmente por ser um público mais velho, que tende a respeitar medidas de segurança como o uso de máscaras. Ainda segundo o secretário, essa volta não será obrigatória para os estudantes e instituições de ensino. Caberá às universidades decidir se retornarão às aulas presenciais, assim como os alunos deverão entrar em acordo com as instituições caso não deseje seguir com aulas remotas.
"As aulas poderão assumir, a partir da decisão das instituições, diferentes configurações. As instituições, por exemplo, poderão manter as suas atividades não presenciais. A gente poderá ter algumas decisões decidindo pela realização de atividades presenciais articuladas com atividades não presenciais, o que nós chamamos de ensino híbrido. Então, cada instituição poderá adotar diferentes modelos, inclusive para atender seus diferentes públicos", comentou. Apesar de as instituições possuírem autonomia para decidir como vão proceder, Amâncio disse que a sugestão do governo é que a prioridade de retomada seja para os alunos que estão concluindo a graduação.
Desta forma, o governo do Estado orienta que a retomada seja feita de acordo com o seguinte planejamento:
- 8 de setembro: 25% da capacidade de alunos
- 14 de setembro: 50% da capacidade de alunos
- 21 de setembro: 75% da capacidade de alunos
- 28 de setembro: 100% da capacidade de alunos
O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, que também participou da coletiva, afirmou que, apesar do avanço, ainda não é o momento da população relaxar nos cuidados. "É fato que os números apontam para um momento de menor gravidade, mas ainda não é hora de relaxar. Nós temos dito todos os dias que não podemos achar que a doença foi embora. O vírus está aí. O vírus continua circulando, e nós precisamos continuar adotando muitos cuidados e muita cautela em todas as decisões que precisamos tomar. O vírus continua entre nós, e temos observado, infelizmente, cenas de aglomerações e atitudes que, contrariando as normas sanitárias, podem gerar contaminação", disse.
Longo voltou a pedir às pessoas que continuem usando máscara corretamente e mantenham o distanciamento social. "Os avanços que hoje vivemos só estão sendo possíveis pelos indicadores da saúde que são um reflexo das atitudes do governo e de cada um de nós como sociedade. É muito importante que todos nós tenhamos cada vez mais consciência disso nesse momento que ainda há uma indefinição sobre vacina. Usar a máscara corretamente, cobrindo a boca e o nariz, lavar as mãos com frequência e adotar o distanciamento social são atos fundamentais para evitar o contágio. Só com cada um fazendo sua parte será possível salvar mais vidas e continuar avançando no nosso plano de convivência", completou.
Para o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE), José Ricardo Diniz, a decisão autorizar apenas o retorno do ensino superior, "revela claramente que a educação não é prioridade". "É doloroso ver aglomerações, como as que foram vistas nas praias hoje, com pessoas sem máscara, ou desrespeitando as regras em recintos fechados", declarou.
Regras sanitárias preventivas
Em julho, foi aberta uma consulta pública para que a população pudesse opinar sobre as regras. Entre as determinações, está o distanciamento mínimo de 1,5 metro, uso de máscara obrigatório e contínuo nas dependências, e disponibilização de álcool em gel. O secretário informou que a versão final do protocolo será divulgada ainda nesta semana.
"A nova versão deste protocolo, já com os ajustes que estão sendo analisados pela Secretaria de Saúde, deve ser divulgada nesta semana. É importante que as universidade e faculdades estejam atentas ao protocolo para que garanta a segurança dos seus funcionários e alunos", disse o secretário de Educação e Esportes do Estado.
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