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UPE aprova bônus, na nota do Enem, para medicina, direito e odontologia

Benefício será concedido aos candidatos que estudaram e moram em Pernambuco. Vale já para o Sisu do próximo ano. O critério será regional

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 26/11/2020 às 14:52 | Atualizado em 01/12/2020 às 21:12
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Agora é oficial. A Universidade de Pernambuco (UPE) vai conceder bônus de 10% na nota do Enem para estudantes do Estado que se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e que forem concorrer aos cursos de medicina, odontologia e direito. O acréscimo na nota, que já vale para o próximo Enem, levará em conta critério regional. Significa que o benefício vai ser concedido conforme a região que o candidato estudou e mora. As provas do Enem serão em janeiro e fevereiro de 2021 e o Sisu deve abrir inscrições em abril (não tem ainda cronograma oficial do Sisu).

O bônus foi aprovado na manhã desta quinta-feira (26), por unanimidade, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), um dos órgãos colegiados da UPE. A resolução que detalha o novo componente na seleção deve ser publicada até o início da próxima semana. Pró-reitor de graduação e presidente da comissão do vestibular, Ernani Martins informa que para se candidatar ao bônus o vestibulando deve ter cursado presencialmente todo o ensino médio em escola de Pernambuco (pode ser pública ou privada) e morar na mesma região.

Para os cursos de medicina, odontologia e direito ofertados no Recife, o acréscimo de 10% na nota do Enem poderá ser requerido por qualquer estudante que estudou e mora no Recife, Região Metropolitana ou na Zona da Mata. Em Garanhuns, onde há curso de medicina, o bônus será dado a quem estudou e reside no Agreste do Estado.

Para medicina de Serra Talhada, e os cursos de odontologia e direito ofertados em Arcoverde, o benefício será dado aos jovens que fizeram o ensino médio no Sertão pernambucano e que vivem nessa região do Estado.

Ernani Martins ressalta que aluno egresso de escola pública tem direito a concorrer pelo sistema de cotas (20% do total de vagas da UPE). Mas com o bônus, ele terá que optar por um dos dos benefícios. "Não é cumulativo. Se for concorrer pela cota não ganha bônus. Se preferir o bônus, vai disputar pela ampla concorrência e não pelo sistema de cotas", informa o pró-reitor da UPE.

DEBATE

A concessão de bônus vinha sendo discutida pela UPE há três anos, diz Ernani Martins. Ele explica que o bônus não foi pensado para todos os cursos porque não há demanda de alunos de fora de Pernambuco em todas as graduações. "Entre 83% e 85% do total das vagas que colocamos no Sisu são preenchidas, na chamada regular e na lista de espera, por candidatos de Pernambuco", informa o pró-reitor de graduação.

"Somente em medicina, direito e odontologia percebemos que esse índice é maior de candidatos de fora. Somos uma universidade estadual. Adotamos o bônus não para que as vagas sejam exclusivas dos estudantes de Pernambuco, mas entendemos que é uma condição a mais ofertada a eles para que possam concorrer na UPE", justifica Ernani Martins. Com o critério regional, a universidade evitará, por exemplo, que um vestibulando de Recife receba o bônus se for concorrer a vaga de medicina em Garanhuns.

SELEÇÃO

A UPE seleciona seus alunos de graduação pelo Sisu, que usa a nota do Enem, e pelo vestibular seriado, o Sistema Seriado de Avaliação (SSA). No total são ofertadas 3.460 vagas, distribuídas em 11 campi da instituição, para 54 cursos de graduação. São 1.730 no SSA e 1.730 no Sisu.

Nos dois processos de ingresso está reservada 20% das vagas para o sistema de cotas da UPE. Os cursos estão distribuídos nas regiões Metropolitana do Recife, Mata Norte, Mata Sul, Agreste e Sertão.

Para medicina, a UPE oferece 210 vagas (Sisu e SSA juntos), em três unidades acadêmicas. São 150 no Recife (câmpus Santo Amaro), 40 em Garanhuns (Agreste) e 20 em Serra Talhada (Sertão). Direito é ofertado no Recife e em Arcoverde, com 50 em cada. Odontologia também é ministrada no Recife (100 vagas) e em Arcoverde (20 vagas).

CALENDÁRIO LETIVO

O primeiro semestre letivo da UPE 2020, interrompido em março deste ano por causa da pandemia de covid-19, será retomado quase um ano depois, em 8 de fevereiro de 2021. O novo calendário letivo também foi aprovado nesta quinta-feira (26) pelo CEPE. Ficou definido que o primeiro semestre letivo de 2021 só vai começar em outubro e que o segundo semestre de 2021 terá início apenas em 2022.

Entre setembro e este mês de novembro, a UPE retomou as atividades das graduações em um semestre extra e exclusivamente com aulas remotas. A participação dos alunos no Calendário Acadêmico Suplementar foi facultativa. Segundo o pró-reitor de graduação, Ernani Martins, havia três propostas de calendário para a retomada do ano letivo de 2020.

As aulas de 2020.1 voltarão em 8 de fevereiro e seguirão até 22 de maio, com 14 semanas de duração. O segundo semestre será de 14 de junho a 16 de setembro.

Já o primeiro semestre letivo de 2021 está previsto para começar em 13 de outubro. Isso significa que os vestibulandos que participarem do Sisu e ingressarem na UPE em 2021 só iniciarão a vida universitária a partir de outubro.

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