Em São Paulo, Hospital Sírio-Libanês aconselha que escolas particulares limitem atividades presenciais
Carta da unidade hospitalar reforça que é "fundamental adotar por um curto período medidas mais contundentes que possam mitigar" o risco de contaminação
Júlia Marques
O Sírio-Libanês enviou uma carta nesta quinta-feira, 11, às escolas particulares que contrataram a consultoria do hospital defendendo que os colégios restrinjam as atividades presenciais neste momento. As escolas particulares continuam autorizadas a funcionar em todo o Estado de São Paulo, mesmo na fase mais restritiva da quarentena.
A carta, assinada pelo diretor-geral, Paulo Chap Chap, defende que é "fundamental adotar por um curto período medidas mais contundentes que possam mitigar" o risco de contaminação. O documento aponta que as atividades escolares, com os devidos protocolos, apresentam baixíssimo risco e que, diante dos efeitos da privação de convívio e aprendizagem entre crianças e adolescentes, esse risco é tolerável.
No entanto, destaca a carta, há uma escalada vertiginosa de casos em todo o País, "cabendo, portanto, medidas em diferentes frentes para reduzir toda e qualquer movimentação de pessoas nas cidades, sob o risco de uma pressão ainda maior sobre o sistema de saúde".
A carta é direcionada às instituições de ensino apoiadas pela consultoria do Sírio-Libanês. Na capital paulista, escolas particulares de elite, como o Colégio Bandeirantes, contrataram consultoria do hospital para definir os protocolos de abertura em meio à pandemia.
"Ao externar uma posição pela restrição das atividades escolares neste momento, o Hospital Sírio-Libanês está representando a fala dos profissionais de saúde que sentem a pressão diária que vem sendo exercida sobre o sistema de saúde", destaca o documento.
O texto cita ainda que o governo de São Paulo decretou medidas ainda mais severas de restrição, com fechamento da rede pública. "Mesmo garantindo o funcionamento das escolas privadas, entendemos que é o momento de refletir sobre a real necessidade das atividades presenciais, ao menos até que o cenário se mostre mais controlado".
A carta termina com a mensagem de que ensinar às crianças e jovens a importância da proteção da sociedade como um todo, "talvez seja a lição mais importante que precisamos dar neste momento". O documento foi encaminhado após declaração de Chap Chap em um evento restrito em que defende o fechamento das escolas neste momento, entre outras medidas restritivas.
Nesta quinta-feira, 11, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, informou que escolas da rede estadual entrarão em recesso e terão aulas suspensas até o fim do mês. Apenas o serviço de merenda escolar continuará sendo oferecido. Já as particulares continuam com aval para abrir recebendo até 35% da capacidade.