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Estudante de Recife é uma das vencedoras de concurso de redação da Nasa

Isadora Costa, 12 anos, concorreu com 14 mil alunos do Brasil. Eles escreveram sobre as luas de Urano

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Margarida Azevedo

Publicado em 10/05/2021 às 16:34 | Atualizado em 10/05/2021 às 16:36
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A adolescente pernambucana Isadora Vasconcelos Costa, 12 anos, é uma das vencedoras, entre os concorrentes do Brasil, do Concurso Cientista por um Dia 2020-2021, promovido pela Nasa, a Agência Espacial Americana. Aluna do 7º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Complexo Luiz Vaz de Camões, localizada no Ipsep, Zona Sul do Recife, ela participou juntamente com outros 14 mil estudantes do País. Todos tiveram que escrever uma redação, explorando, nos seus textos, ao menos uma das três luas que a sonda Voyager 2 da Nasa, lançada em 1986 ao espaço, visitou durante sua jornada histórica pelo sistema solar.

A tarefa dos estudantes era estudar as luas de Urano (Ariel, Oberon e Titânia) e escolher entre elas qual seria a melhor opção para retornar com outra espaçonave e aprender mais sobre esses mundos. "Gosto muito de escrever e desenhar. Às vezes me expresso melhor escrevendo ou desenhando do que falando pois consigo mostrar meus sentimentos", afirma Isadora. "Na minha redação, comparei a lua Ariel com os contos de fadas pois a princesa Ariel é minha favorita", conta Isadora.

Ela diz que estudou alguns dias sobre as luas antes de iniciar o texto. A proposta de participar do concurso surgiu do professor de geografia Alamy Veríssimo, em janeiro. No mês seguinte, em fevereiro, ela fez a redação. "Passei dois ou três dias para concluir. Mostrei aos meus pais e depois mandei para um primo que estudou cultura inglesa na Inglaterra para que ele traduzisse. Não esperava ganhar o concurso, fiquei surpresa e muito feliz", afirma Isadora. Como prêmio, ela terá um certificado da Nasa e a sua redação será colocada no site do concurso.

No certame, a Nasa divide em três categorias: fundamental 1, para alunos dos 6º e 7º anos; fundamental 2 para estudantes do 8º e 9º anos e ensino médio para os jovens dessa última etapa da educação básica. É diferente, na divisão das fases na educação brasileira, que considera fundamental 1 as séries do 1º ao 5º ano. Isadora venceu, portanto, na categoria do fundamental 1. O resultado saiu no começo deste mês.

Leia o texto que Isadora escreveu e foi vencedor

Ariel: do mundo da fantasia à realidade de um mundo fantástico

Arieliano, vulgo "Ariel", é uma lua de Urano que aparenta ter saído de um conto de fadas, assim como Ariel dos contos infantis, desbravadora de um Novo Mundo. A “nova Ariel”,
real, apresenta-se muito mais misteriosa e, com certeza, com desafios maiores para a humanidade, uma humanidade à beira de um colapso civilizacional.

Ariel é uma lua esbranquiçada e reluzente, tão "brilhante" quanto os olhos da Ariel dos contos de fada. Sua superfície cheia de crateras mostra apenas o quanto ela pôde ser alcançada por corpos celestes. A composição de Ariel é de aproximadamente 70% de gelo (água congelada, dióxido de carbono em estado sólido e, possivelmente, também gelo de metano) e 30% de rochas compostas por silicatos. Elementos que não nos são desconhecidos.

Os recursos na Terra são finitos e a escassez cada vez mais evidente. Poucas pessoas, as mais ricas, se apoderam dos recursos e deixam a maioria da população quase sem nada; neste sentido, a sustentabilidade parece um conceito vazio. E é à beira desse colapso que a humanidade voltará seu olhar para o espaço, tão cheio de perspectivas. Seria possível os humanos se adaptarem a um novo ambiente? Seria tão impossível acreditar que a nossa ciência, curiosidade e veia desbravadora não nos levaria tão longe? Ou mesmo nossa cobiça?

Sendo assim, imaginar que um dia poderíamos habitar outra órbita que não seja a da Terra pode ser muito empolgante. Mas o mais interessante de "Ariel" é o quanto essa Lua guarda
algumas similaridades com alguns desafios que a humanidade já enfrentou, como: gelo, paisagens desérticas e crateras lunares. Neste sentindo, vislumbra-se a criação de mecanismos capazes de nos permitir explorar o espaço e expandir não apenas as fronteiras tecnológicas, mas as fronteiras da humanidade.

 

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