COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Professores da rede municipal do Recife são contra retorno das aulas presenciais

Segundo o Simpere, sindicato da categoria, não há segurança ainda para reabertura das escolas, fechadas há mais de um ano, desde março de 2020, por causa da covid-19. Docentes pedem manutenção das aulas remotas

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Margarida Azevedo

Publicado em 10/06/2021 às 17:10 | Atualizado em 10/06/2021 às 17:18
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Professores da rede municipal do Recife defendem que não haja ainda o retorno das aulas presenciais e que, portanto, sejam mantidas as atividades remotas. A categoria está em estado de greve desde o início de maio e argumenta que a volta só deve ocorrer quando pelo menos de 60% a 80% da população da capital estiver vacinada contra a covid-19. Nesta quinta-feira (10), a Secretaria Municipal de Educação anunciou a reabertura das escolas mantidas pela prefeitura a partir deste mês. Inicialmente para docentes e equipes gestoras. A partir de 22 de julho, por etapas, divididos em três grupos, voltarão os estudantes.

"Diante do alto índice de contaminação e morte pela covid-19 no Estado, somada a 97% de ocupação dos leitos das UTIs, qualquer anúncio de retorno das atividades presenciais é uma temeridade. As escolas do Recife não conseguem garantir minimamente o distanciamento social no seu espaço interno. O histórico problema na estrutura física das escolas não foi resolvido", afirma a coordenadora geral do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino do Recife (Simpere), Cláudia Ribeiro.

A rede tem aproximadamente 92 mil alunos matriculados em 321 unidades entre escolas e creches. São cerca de 5.400 professores. Devido à pandemia, as escolas de Pernambuco tiveram aulas presenciais suspensas em 18 de março do ano passado. Mas desde 26 de abril deste ano o governo estadual
autorizou a retomada dessas atividades nas redes municipais de ensino.

"Os trabalhadores em educação não concluíram o ciclo vacinal e não estamos nem perto de ter 60% da população vacinada, percentual recomendado pelas entidades científicas para se falar em segurança sanitária", observa Cláudia. A categoria terá uma assembleia na próxima semana (a data ainda não foi marcada) e o retorno das aulas deve entrar na pauta de discussão.

Segundo a dirigente do Simpere, por enquanto não se cogita entrar em greve. "Estamos dispostos a defender nossas vidas, dos alunos e da comunidade escolar. A categoria é que decidirá se vai paralisar as aulas, mas por enquanto isso não está na pauta", explica Claudia. "Reivindicamos que a prefeitura garanta internet e equipamentos para estudantes e professores. Até agora a Secretaria de Educação não  proporcionou às crianças e famílias pacote de dados e tecnologia para garantir aos alunos o direito aos conteúdos pedagógicos", ressalta Claudia.

"Os professores têm utilizado seus dados e seus celulares para proporcionar os alunos esses conteúdos. Portanto, o prefeito e o secretário de Educação devem estar preocupados em assegurar os meios necessários para garantir-lhes educação adequada e manter as escolas fechadas enquanto
cientificamente não for seguro", complementa Cláudia.

DATAS

Dividido em etapas, o retorno dos estudantes às salas de aula começa logo após o recesso escolar, no dia 22 de julho, com as turmas do 8º e 9º ano do ensino fundamental. Na semana seguinte, no dia 27 de julho, voltarão 4º, 5º, 6º e 7º anos.

Em 3 de agosto o retorno acontece para os estudantes do 1º, 2º e 3º ano e para as turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Também nesta data ocorrerá a retomada das atividades presenciais para a educação infantil (creche e pré-escola).

Mais cedo, já neste mês, no próximo dia 22 voltarão as equipes de gestão, coordenadores pedagógicos e colaboradores. Professores e demais profissionais de educação serão acolhidos para retomada das atividades presenciais a partir do dia 29 de junho.

 

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